Itiruçu Online – Aqui Bahia Jornalismo de Qualidade e Responsabilidade Social

Bolsonaro x Haddad, as razões de quem vota: Confira os perfis dos presidenciáveis

A corrida presidencial levou para o segundo turno dois candidatos que parecem ser completamente opostos, não apenas nos ideais políticos, mas também no perfil pessoal.

Os modos calmos do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) acabaram por lhe render o apelido de “tranquilão” – nas redes sociais, inclusive, há um perfil de humor chamado Haddad Tranquilão. Do outro lado, encontramos as maneiras agitadas do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), cujas reações variam entre a fanfarronice, quando bem humorado, à língua afiada, quando provocado.

Para saber mais sobre as origens de cada candidato, saiba um pouco sobre o  breve perfil dos homens que podem dirigir o Brasil a partir do ano que vem.

Jair Bolsonaro

Nasceu em 21 de março de 1955, em Glicério (SP) – porém, cadastrado em Campinas -, filho de Perci Geraldo Bolsonaro e Olinda Bonturi. Tem 63 anos e casou-se três vezes. A primeira com Rogéria Nantes Nunes Braga, teve três filhos: Flávio, Carlos e Eduardo, na segunda-feira, com Ana Cristina Valle, teve Renan e, desde 2013, casou-se com Michelle de Paula Firmo Reinaldo, com quem teve sua única filha, Laura.

Formação

Bolsonaro

Bolsonaro formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1977. Entre 1979 e 1981, serviu no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, em Maro Grosso do Sul. Depois, serviu na Brigada de Infantaria Paraquedista, onde se especializou. Em 1983, graduou-se em Educação pela Escola de Educação Física do Exército e tornou-se mestre em saltos pela Brigada. Em 1987,cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Em 1988, foi para a reserva com a patente de capitão.

Formação

Fernando Haddad

O candidato do PT nasceu em 25 de janeiro de 1963, em São Paulo (SP). É o segundo dos três filhos, do imigrante libanês Khalid Haddad e da filha de libaneses Norma Thereza Goussain Haddad. Tem 55 anos e cinco livros publicados. É casado há 30 anos com Ana Estela Haddad é pai de dois filhos: Carolina e Frederico.

Em 1985, Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) em 1985 e, em seguida, fez a especialização em Direito Civil. Em 1990, graduou-se em Economia com especialização em economia política pela USP. Em 1996, está sempre doutorado em Filosofia, pela própria sociedade. Foi professor de Teoria Política Contemporânea, analista de investimento do Unibanco e consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Vida política 

Fernando Haddad

Filiou-se ao PT e em 1983, quando se tornou o tesoureiro do Centro Acadêmico XI de Agosto, titular da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Militou no movimento Diretas Já, que pedia a volta das eleições para presidente da República.

Em 2001, assume a chefia de gabinete da Secretaria Municipal de Finanças da empresa Marta Suplicy, em São Paulo. Dois anos depois,  em 2003, assume como assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e elabora o projeto de lei que institui as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Atuou como executivo-executivo do Ministério da Educação (MEC), desenvolvendo o Programa Universidade para Todos (Prouni). Foi ministro da Educação de 2005 a 2012, e, de 2013 a 2016, cumpriu mandato como prefeito de São Paulo.

Como gestor da maior capital brasileira, teve um papel importante na sua vida. Implementou medidas que valorizam o transporte coletivo e outros meios de transporte que não são o motorizado. As faixas de fósforo são exclusivas e restritas, limitam as vias nas extremidades, limitam os estacionamentos e restringem as vias de acesso aos finais de semana.

As medidas foram absolutamente impopulares entre os motoristas e tiveram uma queda de sua popularidade, que chegou a 44%. Em 2016, concorreu à reeleição, mas foi derrotado nas urnas pelo estreante João Dória Jr (PSDB).
Haddad entrou na disputa ao governo do país como uma espécie de “plano B” do PT. O “plano A”, Luiz Inácio Lula da Silva, foi considerado inelegível pela Justiça. O ex-presidente está preso desde abril, em Curitiba (PR), após ter sido condenado a 12 anos de prisão pelo caso do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato.

Haddad sempre defendeu a inocência do líder petista e, desde que Lula começou a cumprir pena, o visita semanalmente. No início da campanha eleitoral, a associação entre o candidato e o ex-presidente resultou na migração de votos de um para outro. Porém, na reta final do primeiro turno, Haddad passou a herdar também a rejeição a Lula e ao PT. No segundo turno, segundo correligionários, o candidato vai tentar fugir da imagem de “poste de Lula”.

 

Jair Bolsonaro

O início na vida política se deu em novembro de 1988, quando se elegeu vereador no Rio de Janeiro pelo PDC. Em outubro de 1990, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Em 1993, a União do Partido Progressista Reformador (PPR), nascida do Município do PDC e do Partido Democrático Social (PDS). Atualmente, está no sétimo mandato. Eleito pelo PPB, filiou-se ao PSL em janeiro de 2018.

Nas sucessivas eleições, defendeu a melhoria salarial para os militares, a fim de garantir a permanência dos servidores, o controle da natalidade, revisão das áreas indígenas, a pena de morte e prisão perpétua, a redução da maioridade para 16 anos e a liberação do porte de armas.
Sua carreira como legislador sempre foi marcada pela polêmica. Em 1993, disse que o excesso de leis sobre o exercício do poder e defesa do retorno do regime de exceção e do período temporário do Congresso Nacional. O deputado Vital Rego, Corregedor do Congresso Internacional, solicitou a Procurador-Geral da República, Aristides Junqueira, o início de uma ação penal por crime contra a segurança nacional, da Constituição e do Regime Interno da Câmara.

Mas o flerte com o autoritarismo seguiu. Reeleito in 1994, proclama: “Prefiro sobreviver no regime militar a morrer nesta democracia”. Dez anos depois, conseguindo-se uma antipatia de parte do eleitorado por mulheres contra mulheres, negros e homossexuais. Tornar-se presidente do Supremo Tribunal Federal por incitação ao estupro e na votação do impeachment do presidente Dilma, dedicou-se a votar em um torturador da ditadura militar.

Concorrendo à Presidência por um partido até então desconhecidos, sem tempo de TV e marqueteiros. o deputado explorou como ninguém ouso das redes sociais, arregimentando militantes apaixonados. O sentimento antipetista também fez com que conseguisse conquistar eleitores de maior renda e escolaridade, setores da indústria e do agronegócio. Também pesa a seu favor o discurso de combate ao crime, especialmente nas periferias. Na segunda etapa da campanha, deve continuar suavizando seu discurso, a fim de tentar a concórdia com as minorias que já combateu.