Ao ser questionado por apoiadores pela sua nova aproximação com o bloco do Centrão, após indicar o senador Ciro Nogueira (PP) para a chefia da Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro minimizou as críticas e defendeu o bloco ao dizer que ele próprio, durante seus mandatos na Câmara dos Deputados, pertenceu ao grupo.
“Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Depois, nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se não me engano”, disse em entrevista para a Rádio Banda B de Curitiba
Anteriormente adepto ao discurso de “acabar com a velha política”, Bolsonaro tem precisado se render cada vez mais às negociações com o bloco majoritário do Congresso Nacional, e base do seu governo, e admitiu que se não negociar com o Centrão, não garante governabilidade.
“Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, afirmou.
Ainda de acordo com Bolsonaro, a indicação de Nogueira é vista como uma forma de criar um melhor diálogo entre o Planalto e o “parlamento brasileiro” e mais ministérios também devem passar por reforma.
“A princípio é ele [Ciro Nogueira], conversei com ele já, ele aceitou. Ele está em recesso, chega em Brasília segunda-feira, converso com ele, acertamos os ponteiros. E a gente toca o barco. É uma pessoa que eu conheço há muito tempo, ele chegou em 95 na Câmara, eu cheguei em 91”, explicou.