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Bolsonaro diz que não vai discutir plano de governo com Haddad

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse que não tem que discutir plano de governo com o seu adversário, Fernando Haddad (PT), porque o petista ”é um fantoche e que toda decisão que ele tem que tomar tem que ir para Curitiba conversar com o presidiário”. A declaração foi dada na frente da casa do empresário Paulo Marinho, onde o parlamentar passou esta terça-feira, 9, gravando vídeos da campanha eleitoral nas eleições 2018. O candidato citou um suposto vídeo de Haddad em que, segundo ele, o petista teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, iria subir a rampa com ele – o conteúdo foi tirado do contexto original para parecer uma promessa de campanha. “Será que queremos de volta todos aqueles que, no governo do PT, mergulharam o Brasil na mais profunda crise ética, moral e econômica? Como é que fica o Brasil perante o mundo elegendo o cara que pede benção para presidiário, que tem uma infinidade de processos contra ele? Imagine os derrotados do PT ocupando ministérios. Quem vai ser o ministro da Defesa? O João Pedro Stédile? Quem vai ser o chefe da Casa Civil? José Dirceu? Será que nós queremos isso para o Brasil?”, disse. Bolsonaro afirmou também que recebeu “informes” de que o DEM desejaria fechar apoio a ele, mas que nada foi oficializado. “Independentemente de lideranças, muitos parlamentares e representantes de setores da sociedade tem declarado apoio a mim”, disse.

 

O candidato informou que ainda não fechou seus ministros, caso seja eleito. “Tem muita vaga sobrando ainda”, disse. Nesta terça-feira, o filho do presidenciável, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), afirmou que o grupo de novos parlamentares eleitos e alinhados a Bolsonaro irá articular para que o próximo comando da Casa esteja também alinhado às bandeiras de seu pai. Ele destacou ainda que o escolhido não necessariamente precisará ser do seu partido. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) fechou um acordo com os partidos de centro para desistir de disputar a Presidência da República em troca da garantia de ser reeleito presidente da Câmara após as eleições 2018. O PSL elegeu 52 deputados nestas eleições. Hoje, a legenda possui apenas 8 parlamentares.

 

O partido será a segunda maior bancada da Casa, ficando atrás apenas do PT. Bolsonaro também disse que, se for eleito, “vai acabar com a fábrica de marajás” de servidores públicos, um mote usado também pelo ex-presidente Fernando Collor. A afirmação foi feita após o candidato ser questionado sobre quais ajustes faria na reforma da Previdência. “Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário X e tem um cargo de comissão que, depois de oito e dez anos, ele incorpora (no salário) o cargo de comissão. Vamos acabar com essa fábrica de marajás. Vamos fazer uma reforma da previdência justa”, disse. Bolsonaro afirmou também que, se eleito, vai procurar a equipe do governo de Michel Temer que trata do assunto e fazer a sua proposta “já para o corrente ano”. “Ainda não conversei com o Temer. Sendo eleito, buscarei com a nossa equipe a equipe dele para fazer a transição”, afirmou. O presidenciável disse que lamenta, mas que não tem a ver com episódios de violência registrados no País que teriam sido motivados por seus simpatizantes. O mais recente foi o do mestre de capoeira e ativista cultural negro Romualdo Rosário da Costa, morto por 12 facadas pelo barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que confessou ter agido por discussão política. Ele votou e defendeu o candidato do PSL à Presidência. “A pergunta (feita pelos repórteres) deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle. A violência e a intolerância vêm do outro lado e eu sou a prova disso”, afirmou. Questionado se o clima estava bélico, ele respondeu que “não está tão bélico assim, não”. “Está um clima acirrado, pela disputa, mas são casos isolados que a gente lamenta e espera que não ocorram”, afirmou Bolsonaro.