O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender na noite desta quinta-feira, 24, o retorno das aulas presenciais em escolas. Em sua tradicional live semanal, desta vez transmitida de São Paulo, onde o presidente está para se submeter a uma cirurgia nesta sexta-feira, o chefe do Planalto também reafirmou que houve uma “politização” relacionada à pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro mais uma vez sugeriu que pessoas abaixo de 40 anos não sofrem tanto com os sintomas da Covid-19. “As aulas têm que voltar. Abaixo de 40 anos, a chance de pegar o vírus existe para todo mundo, mas uma quantidade, um porcentual enorme, não atinge em nada as pessoas, nem aquela gripezinha ela pega”. Mas, segundo o presidente, há resistência para o retorno às aulas em colégios militares. “Estamos tendo problemas em colégios militares porque tem muitos professores civis, são sindicalizados, e uma pressão enorme para o continue ficando em casa. É uma politização do vírus”, destacou.
O chefe do Planalto voltou a criticar a política de isolamento social: “É o que falava lá atrás, é tomar cuidado quem tem comorbidade, esperando uma vacina e um remédio comprovado cientificamente, mas não adianta, vai acabar pegando. E ficando em casa não resolve nada porque um dia vai ter que sair da toca, sair de casa”.
Jair Bolsonaro usou da ironia ao citar a “alta cúpula do poder” de Brasília por usar máscara de proteção facial e, mesmo assim, pegar o coronavírus. “Fico vendo Brasília, não posso falar nomes aqui, mas a alta cúpula do poder de Brasília, alguns do Executivo, do Judiciário bastante, do Legislativo também, com máscara 24 horas por dia. Dormiam com máscara, cumprimentavam assim [com ombro], pegaram o vírus agora. Não adianta isso aí”, disse.
“O que eu falava lá atrás, tomar cuidado quem tem comorbidade, esperando uma vacina, um remédio comprovado cientificamente, mas não adianta, vai acabar ficando em casa, não resolve nada, porque você um dia vai ter que sair da toca, vai ter que sair de casa e vai acabar pegando o vírus”, acrescentou, em seguida, sem citar nomes.
Eleições
Jair Bolsonaro disse ainda que, apesar de ter assumido compromisso de não se envolver nas eleições municipais, pode mudar de ideia e participar da campanha em três cidades específicas: São Paulo, Santos e Manaus.
“Eu assumi este compromisso: não entrar em eleições municipais. Se bem que a gente pode mudar de ideia também. Se chegar um ponto tal e eu achar que posso influenciar nas eleições nestas três cidades, eu vou manifestar porque acho que este candidato nosso, em chegando, tem tudo para fazer um bom mandato para o bem de São Paulo, de Santos ou de Manaus”, completou o presidente.
Queimadas
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que participou da live, disse que a falta de manejo preventivo do fogo potencializou as queimadas registradas no Pantanal em 2020. O bioma é a maior planície alagada do planeta, com mais de 150 mil quilômetros quadrados. Os incêndios, este ano, já destruíram mais de 3 milhões de hectares na região.
“Quando você, fora do período seco, fora do período quente, coloca fogo de propósito e de maneira controlada pra diminuir a quantidade de matéria orgânica, resto de folha, galhos, enfim, se você não faz isso durante dois anos, que é o que vem acontecendo lá, aquele material vai se acumulando e secando de tal forma que, quando pega fogo, pega fogo numa proporção que é muito difícil de controlar porque não tomou a medida preventiva no tempo correto. E, por isso, as queimadas deste ano foram muito piores do que em períodos anteriores”, explicou.
Ricardo Salles também afirmou que não se deve responsabilizar os pecuaristas do Pantanal por atear fogo no bioma e argumentou que a criação de gado na região ajuda a controlar o acúmulo de matéria orgânica. “O pantaneiro, o pecuarista lá é um colaborador. E a pecuária ajuda a diminuir a matéria orgânica porque o gado come pasto e não deixa acumular”, apontou. Mais cedo, ele esteve na cidade pantaneira de Poconé (MT) acompanhando o trabalho de brigadistas no combate às chamas.
Já o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil é o país “que mais preserva suas florestas” e que seu governo é vítima de uma campanha internacional de desinformação que tem, segundo ele, motivações comerciais.
*Com informações da Agência Brasil