Na Bahia, 15 policiais militares foram mortos em 18 meses, segundo a corporação. O que chama a atenção é a quantidade de óbitos fora de serviço: 14! Um caso recente foi a morte do soldado Gleidson Santos de Carvalho, de 33 anos, baleado durante assalto em maio deste ano no Parque Bela Vista. Vários fatores contribuem para tal cenário, mas um deve-se levar em consideração: o aumento do número de armas em circulação e de licenças dadas pelos órgãos federais. Assim, um PM que está de folga ou que atende uma ocorrência de violência doméstica ou briga de trânsito, está cada vez mais exposto ao risco, tanto quanto estivesse numa operação, como aconteceu na quarta, quando um soldado foi atingido na panturrilha no bairro de Sussuarana. Ou seja, isso implica numa tendência: que os conflitos banais sejam resolvidos a bala!
O corpo da travesti Joana Smith, de 20 anos, foi encontrado com tiros na Estrada do Parque Vaquejada em Eunápolis, no sul do estado, na quinta-feira. Segundo a polícia, ela e dois amigos foram abordados por quatro homens armados, na saída de uma festa. A dupla foi liberada e Joana continuou em poder dos algozes. O motivo do crime é investigado, mas vale lembrar que a Bahia é a federação que mais matou pessoas LGBTQIA+ em 2022, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB). Foram 27 casos, que representam 10,5% dos registros no país. Ou seja, aqui, cada mês registra uma média de mais de duas mortes da comunidade. E há uma explicação: a ausência de políticas públicas para a preservação da vida dessa população. Negligência também mata.
Feira em guerra
Duas mortes num intervalo de duas horas. Assim foi a noite de quarta em Feira de Santana, a 110 km de Salvador. Gabriel da Silva Lopes, de 20, foi perseguido por volta das 18h30 na Rua Casarão 3, no bairro Gabriela, e executado dentro de uma casa. Pouco depois das 20h30 foi assassinado a tiros e facada no Terminal Rodoviário, Elton Santiago de Oliveira, de 40. A situação no município é tensa, por causa da guerra intensificada entre as facções Bonde do Maluco e Comando Vermelho. Várias mortes foram registradas em junho e a grande maioria delas, a ordem partiu de dentro do Conjunto Penal de Feira de Santana, onde quem predomina é o CV. Do Correio.