As famílias que ficaram desabrigadas após a chuva forte que atingiu a cidade baiana de Lajedinho, na Chapada Diamantina, na madrugada de sábado (1º), foram levadas, aos poucos, para novos imóveis, segundo informações o coordenador da Defesa Civil do município, Edmundo Carvalho, neste domingo (2). A chuva forte causou uma tromba d’água no rio Saracura, que invadiu a cidade e deixou casas e ruas alagadas. Não há registro de mortes ou feridos. Ainda segundo a Defesa Civil, foi decretado neste domingo, situação de emergência na cidade.
Conforme Edmundo, os imóveis serão das famílias, não é aluguel ou empréstimo da prefeitura. Eles foram construídos para as pessoas que ficaram desabrigadas por conta de uma chuva semelhante que atingiu Lajedinho e destruiu a cidade em dezembro de 2013. Na ocasião, 17 morreram e 600 ficaram sem suas casas. Além disso, estruturas de prédios públicos foram levadas pela enxurrada.
Edmundo explicou que, no total, são 231 casas. Inicialmente foram liberadas 94 casas para atender emergencialmente as pessoas que ficaram desabrigadas com a chuva da madrugada de sábado. No período da tarde deste domingo, o prefeito de Lajedinho, Marcos Mota, informou a liberação dos outros 137 imóveis.
“Ficamos preocupados com invasão e as casas já estavam prontas. Então tive uma reunião com um representante da Caixa [Econômica Federal] para viabilizarmos as casas. Ainda não há sistema de esgotamento sanitário, nem de água, mas o empreteiro da Caixa nos informou que em 15 dias, o esgotamento estará concluído. E a água, estamos fazendo o reforço com carros-pipa”, explicou.
O G1 tentou, mas não conseguiu contato com a Caixa Econômica Federal, responsável pelos imóveis.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), na madrugada de sábado choveu 150 milímetros em Lajedinho. O volume e a força da água assustaram os moradores durante cerca de três horas. No dia da tragédia, em 2013, choveu 120 milímetros na cidade.
Conforme Edmundo Carvalho, com a chuva da madrugada de sábado, algumas casas tiveram rachaduras e muitas famílias perderam bens materiais, como móveis e eletrodomésticos. Alguns estabelecimentos comerciais também tiveram prejuízos. Em um mercadinho, produtos foram levados pela chuva e ficaram espalhados. A água chegou a alcançar 1,5 m em algumas residências.
domingo (Foto: Defesa Civil de Lajedinho/Divulgação)
Chuva na cidade
No sábado, a chuva em Lajedinho foi mais fraca do que durante a madrugada. Ao longo da tarde, estiou, mas a chuva voltou a cair por volta das 17h30, segundo contou Edmundo Carvalho. A manhã deste domingo na cidade foi de tempo nublado, mas sem chuva. Com a situação, a prefeitura aproveitou para continuar a limpeza no município, que começou no sábado, quando havia muita lama pelas ruas.
Neste domingo, ainda é possível notar lama por algumas ruas de Lajedinho, só que menos do que no sábado. Foi preciso um trator para limpar o local. A previsão de tempo para a cidade neste domingo é de possibilidade de chuva. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura na cidade varia entre 17°C e 33°C.
Seca
Lajedinho teve o estado de emergência, por conta da seca, reconhecido pelo Ministério da Integração no dia 2 de fevereiro. O decreto vale até o dia 10 de julho. Conforme o coordenador da Defesa Civil da cidade, embora o volume de chuva tenha cido muito alto no município neste sábado, não choveu na zona rural do município, que vem sendo castigada pela estiagem. A chuva se concentrou na área urbana de Lajedinho.
Tragédia em 2013
Um temporal causou destruição e mortes, na noite de 7 de dezmebro de 2013, no município de Lajedinho. De acordo com a Defesa Civil, choveu na cidade, em 2 horas, cerca de 120 mm. Aproximadamente cerca de 90% do comércio de Lajedinho foi destruído.
O imóvel da Prefeitura de Lajedinho também foi atingido pela enxurrada, diversos equipamentos e documentos foram destruídos. A sede da Assistência Social também foi afetada. Das 17 pessoas mortas na tragédia, 8 eram da mesma família.
*Informações do G1 Bahia.