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Jerônimo acerta ao endossar operações contra o crime na Bahia

A decisão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de fortalecer a posição do comandante geral da PM, Paulo Coutinho, no combate ao crime organizado tem se mostrado absolutamente acertado. O episódio mais recente envolvendo um confronto entre a Polícia Militar e duas das facções mais perigosas que atuam na Bahia mostrou que os policiais militares sabem o que fazer, ainda mais quando têm o apoio da liderança da corporação e do chefe do Executivo. A ação policial foi desencadeada depois de uma guerra aberta entre os crimes, como já se tornou comum na Bahia, pelo controle do tráfico de drogas na periferia de Salvador.

Em outubro do ano passado, em disputa com um rival que controla uma área, uma das facções já havia promovido um cerco ao mesmo bairro da Fazenda Coutos que descobriu em uma morte e três feridos, segundo os registros policiais. Dessa vez, no entanto, mostrando que dispõe dos meios de informação mais atualizados sobre a entrega do crime organizado e que tem apoio para agir em defesa da população, a PM se antecipou e resolveu atuar rapidamente para conter os bandidos, cujo confronto na localidade já havia sido denunciado por moradores em pânico com o risco de se tornarem alvos da guerra pelas drogas.

Sem baixos policiais, numa demonstração de preparação e mesmo de melhor estrutura para enfrentar a bandidagem, fornecida à corporação pelo governador a pedido de seu comandante, os PMs enfrentam ou revidam em condições de igualdade com a bandidagem, quebrando o lamentável paradigma de que eles sempre levam a melhor em situações semelhantes. O poder dos marginais pode ser registrado de perto por um repórter da TV Bahia, afiliada da Rede Globo no Estado, obrigado a se abrigar numa padaria por meia hora, junto com o cinegrafista, enquanto cobria a operação, para se proteger de um ataque dos marginais.

O poderoso e sortido armamento apreendido em poder dos bandidos reforça o apelo para que o governador continue emprestando ao comandante geral da PM apoio irrestrito para enfrentar a bandidagem no Estado: submetralhadoras, pistolas de grosso calibre, revólveres, além de munições e carregadores fazem parte do arsenal encontrado com os marginais. Embora sejam achados corriqueiros, apenas reforçam a evidência de que as facções atuam em rede e de forma cada vez mais profissionalizada, aumentando o nível de exigência ao Estado para que as ações de combate tenham verdadeira efetividade.

Para que haja sucesso, no entanto, além das providências que o governador já vem adotando em relação ao aparelhamento das polícias, resultado de sua crença na corporação que comandada e da confiança que acertadamente deposita no coronel que a chefia, um diferencial claro em relação aos antecessores amolecidos pela tese falaciosa de que a desigualdade social é o único responsável pelo aumento da criminalidade, é preciso que Jerônimo não esmoreça na determinação de fator de enfrentamento ao crime e as seguranças com a mesma determinação com que se dedicam-se à tarefa dos policiais sérios da Bahia.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*