O crime organizado no Brasil gera anualmente cerca de R$ 146,8 bilhões com a comercialização de produtos lícitos. Entre os itens movimentados estão combustíveis, bebidas, ouro e tabaco. O valor equivale a três vezes o orçamento anual do Ministério da Educação (MEC). Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública neste domingo (9).
Para calcular esse montante, os pesquisadores analisaram diversas fontes, incluindo operações da Polícia Federal (PF), relatórios acadêmicos, informações de setores econômicos, institutos de pesquisa, organizações da sociedade civil e reportagens da imprensa.
Segundo a estimativa do levantamento, o crime organizado fatura R$ 348,1 bilhões ao ano em três categorias principais. A comercialização de combustíveis e lubrificantes, bebidas, ouro e tabaco representa o segundo maior volume financeiro, somando 42,1% do total, ou R$ 146,8 bilhões em 2023. O segmento mais lucrativo envolve celulares e golpes virtuais, com faturamento de R$ 186,1 bilhões. Já o tráfico de cocaína aparece como a menor fatia, movimentando R$ 15,2 bilhões.
A pesquisa também aponta que o crime organizado atua nesses mercados por meio de práticas como falsificação, adulteração, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, descaminho e contrabando.
O estudo indica que o segmento que mais gera receita para o crime organizado é o de combustíveis e lubrificantes, que movimenta R$ 61,4 bilhões ao ano. Em seguida, aparecem os mercados de bebidas (R$ 56,9 bilhões), ouro (R$ 18,2 bilhões) e tabaco/cigarros (R$ 10,3 bilhões).
