O policial militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos, suspeito de matar a gerente de supermercado Juliana de Jesus Ribeiro, de 30 anos, em 2023, vai à júri popular. Ele vai responder pelos crimes de homicídio qualificado e adulteração de placa de carro. A vítima foi assassinada pelas costas, sem chances de defesa, na cidade de Saubara, no recôncavo baiano. A determinação do júri foi dada pela Justiça no último dia 11 de setembro, e divulgada pelo Ministério Público da Bahia nesta quinta-feira (19).
Diego Kollucha foi preso quatro meses depois do crime em uma operação que investigou a participação de PMs em milícias na região de Santo Estevão, também no interior da Bahia.
Ele estava no Batalhão de Choque de Lauro de Freitas, de onde fugiu em março deste ano. O suspeito foi recapturado dois dias após a fuga, encontrado em Feira de Santana, a 100 km de Salvador, para onde teria se deslocado com a ajuda de comparsas.
Uma semana depois de Diego ser encontrado, cinco suspeitos de colaborarem com a fuga tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos.
A denúncia contra Diego foi oferecida pelo Ministério Público da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), foi acatada pela Vara Criminal de Santo Amaro, que determinou a realização do júri. A justiça manteve a prisão preventiva do soldado, ressaltando a gravidade dos crimes e o risco de nova fuga.
Sentença do júri
De acordo com a sentença para a realização do júri, proferida pelo juiz Abraão Barreto Cordeiro, a denúncia do MP-BA trouxe provas que conectam Diego Kollucha à morte de Juliana de Jesus Ribeiro.
Laudos periciais, registros de geolocalização e outros elementos de investigação apontaram que o réu teria utilizado um veículo com placas adulteradas no dia do crime e estava nas proximidades da residência da vítima. Itens como roupas e acessórios encontrados em sua casa, semelhantes aos usados pelo atirador, reforçaram as provas.
Veja abaixo detalhes da denúncia do MP-BA:
Trezes dias antes do assassinato, o denunciado foi flagrado observando a rotina da vítima, realizando o mesmo percurso e as mesmas ações que foram executadas na data do homicídio;
Por volta das 19h30 do dia do crime, Diogo Kollucha e um comparsa, ainda não identificado, renderam a vítima quando ela saía do trabalho, em técnicas semelhantes as de abordagem policial, obrigando-lhe a por as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles;
O soldado também alterou as placas do veículo usado no crime para dificultar a investigação.