Nesta sexta-feira, o delegado Roberto Leal, coordenador da 9ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), afirmou, em entrevista cedida à TV Bahia, que a polícia tem apurado diversas linhas de investigação que possa ter motivado a chacina em Jequié, que deixou seis pessoas mortas na manhã da última quinta-feira (5). Ele afirma que nenhuma delas foi descartada até então.
“Nesse momento, nós investigamos algumas linhas, principalmente, crime de vingança, patrimonial ou outra situação que ainda pode ser levantada pelas equipes. Estamos colhendo depoimentos das pessoas próximas à família, principalmente próximas às vítimas, não apenas em Jequié, mas em outras cidades da região […] Há informações de um problema antigo entre famílias ciganas, mas isso não é estabelecido, nesse momento, como o mais certo”, ressaltou.
Na manhã desta sexta, os corpos de Lindinoval de Almeida Cabral, 66 anos, Natiele Andrade de Cabral, 22 anos, e Lainy Andrade Barreto, 5 anos, três das seis vítimas da chacina, foram enterrados no Cemitério São Sebastião.
Sulivan Cabral Barreto, 35 anos, Elismar Cabral Barreto, 23 anos, e Maiane Cabral Gomes, 45 anos, as outras três vítimas fatais do crime, já tiveram os corpos liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) e foram levadas para Presidente Tancredo Neves, cidade que fica a 142 km de Jequié.
Todas as vítimas da chacina faziam parte de uma mesma família de ciganos. Dois dias antes do ocorrido, o jovem Iomar Barreto Cabral, 22, foi morto a tiros em um carro enquanto passava pela BR-116, na altura da cidade de Rafael Jambeiro, no Centro Norte do estado. De acordo com o delegado Roberto Leal, o jovem era pai da criança de cinco anos e esposo de Natiele – que estava grávida de nove meses –, ambas assassinadas na manhã da última quinta. Ainda não há indícios de correlação entre a chacina e a morte de Iomar.
A Polícia Civil foi procurada para informar se houve avanço nas investigações, mas não retornou até o fechamento desta matéria.
Relembre o caso
Uma chacina deixou seis mortos na manhã desta quinta-feira (5) no bairro Amaralina, em Jequié, na região sudoeste da Bahia. De acordo com informações da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), parentes ouvidos no local afirmaram que os mortos eram ciganos. Entre as vítimas, que foram mortas dentro da própria casa, estavam dois homens, três mulheres – sendo uma gestante – e uma criança de cinco anos.
Procurada, a Polícia Civil (PC) identificou as seis vítimas como Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos, grávida de nove meses; Lainy Andrade Barreto, 5 anos; Elismar Cabral Barreto, 23; Sulivan Cabral Barreto, 35; Maiane Cabral Gomes, 45; e Lindivoval de Almeida Cabral, 66.
Segundo a PM-BA, as vítimas teriam sido alvo de disparos de arma de fogo. A ocorrência foi constatada pelo 19° Batalhão da PM, que teve agentes acionados por populares. Ao chegarem no local, os policiais já encontraram as vítimas sem vida. Após o registro, a casa onde o crime ocorreu foi isolada e a Polícia Técnica foi acionada para realizar perícia. O caso, que será investigado pela Polícia Civil, foi registrado na 9ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin).
Lainy estava matriculada na Escola Municipal Dr. Carlos Aguiar Ribeiro. A gestão da cidade emitiu nota de pesar sobre o caso. “A Prefeitura de Jequié, através da Secretaria de Educação, manifesta publicamente o seu pesar pelo falecimento da aluna Lainy Cabral Barreto, vítima de uma violência absurda e inexplicável que, também, atingiu toda a sua família”, escreveu.
Além de destacar o peso da morte da criança de maneira trágica, a gestão também prestou sentimentos aos familiares das vítimas. “Sua ausência, ocorrida desta forma trágica, deixará uma grande lacuna entre seus colegas, professores e funcionários da unidade de ensino. […] A secretaria, junto com toda a equipe da escola, presta condolências e sentimentos de solidariedade à família, amigos, colegas de sala e professores”, completou. Do Correio da Bahia.