Após o ministro Silvio Almeida, chefe da pasta de Direitos Humanos e Cidadania, anunciar que acionou a Ouvidoria do órgão para acompanhar as 30 mortes ocorridas durante ações policiais na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues se pronunciou sobre o caso. Em uma sequência de posts no X, antigo Twitter, ele diz que tem dialogado com órgãos federais para tratar da segurança pública. “Ontem, conversamos especialmente com o ministro Silvio Almeida sobre as ações que estamos realizando na prevenção à violência, e redução da letalidade policial, e sobre a nossa disposição de um trabalho parceiro com o governo federal em várias frentes”, escreveu.
O governador escreveu ainda que tem o compromisso de apurar “eventual excesso” em ações de servidores. “O nosso compromisso é na apuração de casos de eventual excesso por parte de qualquer servidor, qualificação permanente da atuação policial para garantir mais eficiência na ação, respeito à legislação e preservação da vida”, finalizou.
Antes da apuração federal, o governador não havia falado nada sobre as mortes. O registro de mortos pela Polícia Militar (PM) durante ações da corporação na Bahia chegou a 31 no período de uma semana na sexta-feira (4) passada, de acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado até quinta-feira (3) e levantamento da reportagem em matérias publicadas no CORREIO.
Além das 19 mortes em ações policiais em Salvador, Camaçari e Itatim, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público (MP), foram contabilizados ainda um caso no bairro do Arenoso, outro em Castelo Branco , mais cinco no IAPI e cinco no bairro de Águas Claras. Com 64 registros ao todo, em julho, a PM bate o recorde de mortes em ações policiais desde que o Fogo Cruzado monitora a violência armada em Salvador e Região Metropolitana, em julho de 2022.
O segundo mês com mais mortes do tipo levantadas pelo instituto foi o de agosto do ano passado, quando 43 suspeitos morreram “em confronto”.