Na Ucrânia, centenas de moradores foram resgatados da região alagada pela explosão de uma represa. O incidente aumentou ainda a tensão entre russos e ucranianos. Mais de 600 quilômetros quadrados continuam debaixo d’água – apontou o governador da região ucraniana de Kherson. Quase 70% dos alagamentos estão na margem esquerda do rio Dnipro, ocupada ilegalmente pelas tropas russas.
Na manhã da quinta-feira (8), a água atingia uma altura média de 5,5 metros. Nem todo mundo conseguiu fugir a tempo. Com a ajuda de um bote inflável, um grupo de voluntários já resgatou dezenas de gatos e cachorros. A cerca de 60 quilômetros da barragem de Nova Kakhovka, uma mulher foi resgatada pela polícia ucraniana. Muitos idosos também tiveram que abandonar suas casas, que estão em área de risco.
O presidente Volodymyr Zelensky visitou a região nesta quinta e debateu os planos de resgate com as autoridades locais –segundo ele, retirar os moradores e normalizar o abastecimento de água são as duas principais prioridades do governo. Dentro de hospitais, ele visitou sobreviventes. Explicou que, por causa da guerra, muitos médicos deixaram o país –e agradeceu às equipes de saúde. Do outro lado do conflito, um porta-voz do governo russo declarou que o presidente está monitorando a situação em Kherson, mas que não há planos de visita. Vladimir Putin continua dizendo que a barragem foi alvo de sabotagem dos ucranianos.
O Kremlin divulgou imagens para mostrar que também está se empenhando nos resgates. Especialistas em conflitos armados – e entidades, como a Cruz Vermelha – alertaram que os alagamentos movimentaram explosivos terrestres. Essas minas podem permanecer ativas por décadas, o que coloca em risco mais uma vez a vida de civis ucranianos.