A distância entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na simulação feita pelo Datafolha para um eventual segundo turno na eleição presidencial deste ano se manteve similar à do levantamento anterior do instituto, feito há uma semana. Naquela rodada, o ex-presidente tinha 53% e Bolsonaro, 39%. Agora, o placar é de 54% a 38% para o petista, dentro da margem de erro da nova pesquisa, feita de terça (13) a esta quinta (15), de dois pontos percentuais.
Com o afunilamento ao longo da campanha de primeiro turno da disputa entre os dois líderes, cresce a importância do destino do voto dos terceiros colocados na disputa, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Segundo o Datafolha, 51% dos eleitores do pedetista dizem votar em Lula num segundo turno contra Bolsonaro, e 24% afirmam apoiar o atual presidente. Não votam em nenhum dos dois 24%. Já entre apoiadores da senadora pelo Mato Grosso do Sul, 40% afirmam que vão com o petista e 24%, com o presidente numa segunda rodada. Dizem não votar em ninguém 33%.
Na última semana, recrudesceu a campanha do candidato petista para tentar matar o jogo no primeiro turno, o que implica ter 50% mais um dos votos válidos ao menos. Os válidos são aqueles incluídos numa conta em que brancos e nulos são excluídos, utilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral na contagem da eleição. Isso tem levado a uma revolta, particularmente de Ciro, que elevou o tom contra Lula, indispondo-se assim com alguns de seus correligionários. Antes enrustido, o voto útil agora é pregado pelo presidenciável petista abertamente.
A dianteira de Lula, ainda que estável, segue sendo a menor da série histórica iniciada em maio de 2021, quando ele voltou a ser incluído na corrida eleitoral após ter as condenações judiciais derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal. Em dezembro passado, o placar chegou a 50% a 30%. Registrado com o número BR-04099/2022 no Tribunal Superior Eleitoral, este levantamento contratado pela Folha e pela TV Globo ouviu 5.926 eleitores em 300 cidades. Por Igor Gielow/Folhapress