O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue como o candidato mais rejeitado pelo eleitorado brasileiro. Dizem que não votariam de forma alguma nele 53% dos ouvidos pelo Datafolha em sua nova pesquisa eleitoral, realizada nesta quarta (27) e quinta-feira (28). O presidente está em segundo lugar na disputa, com 29% das intenções de voto no primeiro turno. O líder até aqui, o petista Luiz Inácio Lula da Silva (47% de intenções) vem a seguir no ranking dos rejeitados, com 36% dos brasileiros dizendo que nunca votariam nele.
Coincidindo a terceira colocação em intenção de voto (8%) e rejeição (25%) vem o ex-ministro e ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT), veterano de outras três disputas presidenciais (1998, 2002 e 2018). O Datafolha entrevistou 2.556 eleitores em 183 cidades, e a margem de erro de seu levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa foi contratada pelo jornal Folha de S.Paulo. Seu número de registro no Tribunal Superior Eleitoral é BR-01192/2022. Os três candidatos, com efeito, são os mais conhecidos. Lula é familiar a 98% dos brasileiros e Bolsonaro, a 97%, como seria natural a quem ocupou e ocupa o cargo de presidente. Ciro, que disputou sua primeira eleição em 1982, é nome reconhecido por 86%.
Os índices são todos semelhantes aos da pesquisa anterior feita pelo Datafolha, de 22 e 23 de junho. O mesmo se nota no pelotão dos candidatos que vêm abaixo. O General Santos Cruz (Podemos), que foi ministro de Bolsonaro e rompeu com o presidente já no começo do governo, tem um caso à parte e pode servir de alerta para os muitos militares que buscam disputar eleição. Ele tem apenas 16% de conhecimento, mas 19% de rejeição. Empatados com ele, mas numericamente abaixo, vêm os outros candidatos. Vera Lúcia (PSTU) tem 18%. Com 17% estão Pablo Marçal (Pros), Eymael (DC), Luciano Bivar (UB) e Felipe Dávila (Novo). Simone Tebet (MDB), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) registram 17%. André Janones (Avante), 15%.
Datafolha: Lula tem 52% dos votos válidos e poderia vencer no 1º turno
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 52% das intenções de votos válidos na disputa da sucessão de Jair Bolsonaro (PL), o que o faria ganhar a eleição que ocorrerá em 2 de outubro no primeiro turno se o pleito fosse hoje. É o que indica a pesquisa do Datafolha feita nesta quarta (27) e quinta (28) com 2.566 eleitores em 183 cidades. Ela foi contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e está registrada com o número BR-01192/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A posição de Lula é semelhante à registrada na pesquisa anterior feita pelo instituto.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos, Lula pode ter tanto 50%, necessitando um voto a mais para liquidar a fatura no primeiro turno, como pode ter mais confortáveis 54%. Bolsonaro registra 32% dos válidos, mas aqui as atenções vão para os 9% auferidos por Ciro Gomes (PDT), que rejeitou qualquer possibilidade de diálogo no campo da esquerda para tentar firmar-se como opção para quem não quer nem o petista, nem o presidente no Planalto.
É um filme já visto em 2018, quando houve um ensaio de aproximação entre Ciro e o então candidato do PT, Fernando Haddad —que substituia a Lula, então vetado da disputa por ter condenação em segunda instância. Ao fim, mágoas de lado a lado e o pedetista foi para a Europa após ficar em terceiro lugar no primeiro turno. Neste ano, o pedetista queria ser a tal terceira via, mas esbarrou no peso de Lula no campo em que concorre, o da esquerda.
Lula já disse em público, como em entrevista nesta semana ao UOL, que não vai lutar por voto útil, mas esse é um desejo de seus estrategistas. Eles não esperam o apoio de Ciro, mas sim uma migração por gravidade. O petista já namorou o discurso de que vencer no primeiro turno seria ideal para conter a escalada golpista de Bolsonaro. Até aqui, o eleitor de Ciro não se mexeu —ele segue estável, após ter caído de um patamar usual de 12% para 8%.
Datafolha: Lula tem 55% no 2º turno, ante 35% de Bolsonaro
No eventual segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na eleição deste ano, o petista derrota o presidente por 55% a 35%.
É o que aponta nova pesquisa do Datafolha, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e que ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades de forma presencial nesta quarta (27) e quinta-feira (28). Ela está registrada no TSE com o número BR-01192/2022 e tem margem de erro de dois pontos para mais ou menos.
Dizem não votar em nenhum dos dois 7%, enquanto 2% se mostram indecisos. Na rodada anterior, realizada pelo Datafolha em 22 e 23 de junho, a situação era semelhante: o ex-presidente (2003-2010) batia o atual por 57% a 34%.
A vantagem do petista é maior entre aqueles que chegaram até o ensino fundamental, 64% a 29%. Esse contingente soma 32% da população, na amostra do instituto. Ele também ganha com mais elasticidade entre os mais pobres, 63% a 29%, o grupo mais volumoso, com 53% dos entrevistados.
Confirmando a tradição eleitoral até aqui, Lula também tem mais margem de vitória no Nordeste, casa de 27% dos brasileiros. Lá, derrota Bolsonaro por 67% a 28%, caso a eleição de segundo turno fosse hoje.
Ambos tiveram seus nomes confirmados por convenções, assim como Ciro Gomes (PDT), que também foi avaliado numa disputa de segundo turno. Contra Lula, de quem foi ministro, Ciro perde por 52% a 33%, com 14% de votos nulos ou brancos e 2% de indecisos.
Já quando enfrenta Bolsonaro, o pedetista vence por 51% a 38%, com 10% de brancos e nulos e os mesmos 2% que dizem não saber o que farão. Por Igor Gielow/Folhapress