Quem conviveu com o governador Rui Costa (PT) durante seus dois mandatos sabe que, de forma categórica, ele pode até ser aprovado como bom gestor, mas, porém, não o qualifica na função de forte articulador político. Rui desde quando foi lançado por Wagner para sucedê-lo, precisou das habilidades do companheiro para avançar em regiões do estado e ganhar corpo político.
O tempo passou e a base do PT convive com o ciclo natural de desgaste, principalmente nas questões que envolveram escândalos de corrupção nacional, no impedimento de Dilma Rousseff por pedaladas fiscais e, claro, a prisão do ex-presidente Lula. Tudo isso criou o sentimento de antipetismo que, cegamente, conduziu Jair Bolsonaro presidente da república como um Mito, o salvador da família e da pátria (certo que foi uma campanha movida por enxurradas de fake news; mas foi escolhido pela maioria- a de se respeitar).
Vamos a Bahia!
É claro que o nome mais forte para tentar vencer o desgaste e evitar o retorno do grupo carlista ao comando do estado, seria, automaticamente, do senador Jaques Wagner, quem iniciou a era PT no comando dos baianos. De surpresa, Wagner acabou desistindo de disputar o palácio de ondina para tentar um 3º mandado e, com isso, acendeu uma fogueira na base que se viu incapacitada de endurecer a disputa com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que como na foto acima, permanece na folga e em silêncio jogando gasolina na fogueira petista, que vai deixando estragos na base governista.
Neto conseguiu carregar um dos adversários mais ferrenhos ao carlismo nos últimos 30 anos e que já chove elogios: o hoje deputado federal Marcelo Nilo. Em meio a mais chamas na fogueira, o governador Rui Costa bagunçou ainda mais a base quando anunciou o desejo de concorrer ao senado, até então não oficialmente confirmada. A decisão, no entanto, levou Rui a oferecer ao vice-governador, João Leão (PP), oito meses na cadeira de governador. Fogo que segue.
Volta ao cenário novamente, não se sabe se proposital ou no amadorismo provocado pelas chamas ardentes, o senador Jaques Wagner tentou ajudar na construção de um novo nome, esquecendo do que vinha sendo construído e, o que é pior, sem avisar aos companheiros. O fogo queimou até as barbas de Lula, que promete buscar gelo no Polo Norte na tentativa de rearrumar a casa.
Enquanto isso, as chamas vão ajudando Neto a cooptar “companheiros” sem atacar a maior liderança do PT, Lula, que por sua vez, permanece em silêncio quanto sua posição para o novo queridinho ao palácio de ondina. Você sabe até onde as chamas irão queimar? E se não apagar e só restar cinzas? O que pode acontecer se, nesse sentido, o vice-governador anunciar a troca de lado e galopar no cavalo de Neto. Nesse caso, preparem o cavalo para a força do Leão: juntos podem atiçar o fogo amigo no PT ainda mais e espalhar as cinzas aos olhos dos ex-amigos! Preparem-se! O jogo nem começou.
Por Tiago Santos.