As mulheres estão cada vez mais presentes na arbitragem brasileira. Desde competições oficiais a eventos amadores, a presença delas é cada vez maior. Algumas relatam que ainda enfrentam dificuldades e problemas de aceitação, além do preconceito, sendo mais cobradas que os homens.
Apesar de o espaço para a mulher dentro do futebol ser menor e diferente do ocupado pelo homem, a exigência física é igual. As árbitras têm de conquistar o mesmo índice deles nos testes físicos para apitar em campeonatos masculinos, mas acabam não atuando com a mesma frequência.
Quem busca seu espaço dentro da arbitragem e com excelentes resultados, é a lafaietense Verônica Salles, de 22 anos. Dedicada ao esporte, Verônica tem atuado em campeonatos e copas amadoras no Vale Jiquiriçá e Médio Rio de Contas. Agora também é federada pela Federação Baiana de Futebol, onde realizou testes com excelentes resultados, em dezembro de 2021.
Agora em janeiro, Salles foi convidada para realizar os testes da CBF, no último dia 18 em Salvador, no Fifa teste da Confederação Brasileira de Futebol, conseguindo êxito nos testes.
-“A arbitragem veio por intermédio dos jogos, pois sempre gostei da área do esporte, principalmente no futsal, atuando como atleta. Pelo desempenho no futsal, recebi o convite pra atuar nas copinhas de Lafaiete como Bandeirinha, minhas primeiras atuações. Anderson Brandão, Árbitro FBF, foi quem me ajudou e incentivou muito na arbitragem, justamente por alguém ter dito a ele do meu contato com o esporte e, a partir daí, tudo começou” – disse Veronica ao Itiruçu Online.
Você sabia?
Pioneira quando futebol era proibido por lei às mulheres
Asaléa de Campos Micheli nasceu em 1945, época em que as mulheres eram proibidas por lei de praticarem esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”. Sem a intenção de jogar, a mineira se formou árbitra em 1967. Encontrou uma brecha no decreto-lei nº 3.199, de 1941, que dizia não ser “permitida a prática feminina de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo, halterofilismo e baseball”.
Léa Campos, como é chamada, foi a primeira árbitra de futebol no mundo de que se tem conhecimento. “Eu me sinto feliz quando uma mulher é escalada, seja como auxiliar, seja como árbitra central. Elas passaram pela porta que abri e fico muito orgulhosa por isso”, disse Léa Campos, os 72 anos.
