Economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram novamente a estimativa para inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e passaram a prever um valor acima de dois dígitos neste ano. A expectativa do mercado consta do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 22 pelo Banco Central (BC). A projeção dos analistas para o IPCA de 2021 subiu de 9,77% para 10,12%, alta ininterrupta há 33 semanas, desde o relatório do dia 12 de abril. Há um mês, a estimativa estava em 8,96%.
Se confirmada a previsão, essa será a primeira vez que a inflação atinge esse patamar desde 2015 – quando o IPCA somou 10,67% – no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O centro da meta de inflação em 2021 é de 3,75%. Pelo sistema vigente no País, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado já está acima do dobro da meta central de inflação (7,5%).
Para 2022, o mercado financeiro subiu de 4,79% para 4,96% a estimativa de inflação – o 18.º aumento seguido. No ano que vem, a meta da inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Com isso, a estimativa se aproxima mais do teto do sistema de metas.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,1% em 2022 e 3,1% em 2023. No fim de outubro, o colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.