O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou neste domingo, 24, que a Petrobras “fica amarrada” à política de preços atual e que não haverá interferência do governo para conter a alta. O chefe do executivo brasileiro se defendeu das críticas que vem sofrendo em decorrência da inflação e do preço dos combustíveis. “Não vamos interferir no preço de nada porque isso já foi feito no passado e não deu certo”, garantiu o presidente, que estava ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes.
A fala do gestor federal vai de encontro com aquilo defendido por ele mesmo em maio deste ano, quando modificou o comando da Petrobras. Após insatisfação com os constantes aumentos no preço do combustível, o general Joaquim Silva e Luna foi nomeado pelo presidente para ocupar o cargo a frente da estatal.
“Da nossa parte, eu troquei o comando da Petrobras. No começo, foi um escândalo. É para interferir mesmo, eu sou o presidente. Ou eu assumo e tenho que manter todo mundo empregado?”, disse Bolsonaro em encontro com apoiadores.
Nas últimas semana, o governo de Bolsonaro tem sofrido com criticas, devido a decisão de furar o teto de gastos com o intuito de viabilizar o programa Auxilio Brasil, que irá substituir o Bolsa Família. Recentemente, a própria permanência de Paulo Guedes na pasta da Economia chegou a ser questionada, após uma onda de demissões na equipe do ministério.
Bolsonaro ainda falou sobre a possibilidade de privatização da Petrobras. “Não tenho poder de interferir sobre a Petrobras. Estou conversando com o Paulo Guedes sobre o que fazer com ela no futuro”, afirmou.
Após as criticas, Guedes sustentou a ideia de defender pilares liberais e de controle dos gastos públicos. O titular da pasta pontuo que defende o teto de gastos, entretanto, o governo pretende furá-lo.
“Todos sabem que eu defendo o teto. O teto é uma bandeira nossa de austeridade […] Eu sou defensor e vou continuar defendendo o teto. Vou continuar defendendo as privatizações. Mas o presidente tem que tomar uma decisão muito difícil. Se ele respeitar o teto, deixa 17 milhões passando fome”, explicou o ministro.