Depois do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandar um “cala boca” para jornalistas presentes em uma coletiva nesta terça-feira (5), alguns profissionais de imprensa iniciaram um protesto pelas redes sociais com a tag #EuNãoMeCalo. Além disso, o apresentador da Globonews José Roberto Nurnier também se pronunciou em relação a fala do presidente.
“Antes de encerrar, se me dão licença, eu vou mandar um recado ao sr. presidente Jair Bolsonaro”, anunciou Burnier no encerramento da edição das 10h do Jornal Globonews. “Nós não vamos calar a boca”, enfatizou.
“Eu me solidarizo e nós todos nos solidarizamos com nossos colegas jornalistas de Brasília que estão sendo diariamente achincalhados pelo presidente da República e pelos seus seguidores. Que eles (jornalistas) estão apenas cumprindo seu trabalho, estamos todos fazendo isso. Não vamos calar a boca”, completou Burnier.
Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou Bolsonaro e criticou a postura do presidente.
“Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário”, diz a ANJ. “Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas.”.
Toda a repercussão se deu após Bolsonaro criticar a imprensa, principalmente a Folha de S. Paulo, durante uma coletiva na manhã desta terça. Ao dirigir os ataques, Bolsonaro não quis responder perguntas e mandou os jornalistas calarem a boca.
“Cala a boca, não perguntei nada. Cala a boca, cala a boca. Não tenho nada contra o superintendente do Rio e não interfiro na PF”, disse Bolsonaro visivelmente exaltado.
quem grita cala a boca para a imprensa é um ditador ou é uma criança de 5 anos que não sabe argumentar, ou é os dois.
pic.twitter.com/7p8sowrdRC— brenu? #SDV (@brenoterra_) May 5, 2020