Após o polêmico pedido do presidente Jair Bolsonaro de ‘comemorar’ o aniversário de 55 anos do golpe militar de 1964, manifestantes de todas as idades tomaram as ruas nas principais cidades do País para repudiar os ‘anos de chumbo’ (1964-1985), nome dado ao regime militar no Brasil, e lembrar vítimas, mortas ou desaparecidas, durante o período. Manifestantes realizam dois atos na cidade de São Paulo contra a ditadura militar neste domingo (31), dia em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 55 anos.
O golpe de estado de 1964precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados. Nesta tarde, manifestantes protestaram por duas horas na Avenida Paulista, na região central da capital. No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, a proposta foi uma “Caminhada do Silêncio”. Outras manifestações pró e contra a ditadura militar (1964-1985) ocorrem em várias cidades do Brasil.
Os protestos ocorrem dias após o presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa que fizesse as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe. Mais tarde, Bolsonaro esclareceu que a ideia era “rememorar” a data, não comemorar o golpe. Na Paulista, o grupo se concentrou em frente ao Masp das 14h30 às 16h30. Os manifestantes vestiram camisetas vermelhas e ergueram bandeiras que pediam luta e liberdade. Um boneco em referência a Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-CODI, foi incendiado no asfalto. Os manifestantes dispersaram às 16h30.