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Avião com 157 passageiros cai na Etiópia; não há sobreviventes

Um Boeing 737 da Ethiopian Airlines que decolou de Adis Abeba rumo a Nairóbi caiu na manhã deste domingo, 10, pouco depois de decolar, com 157 pessoas a bordo. Não há sobreviventes. “A Ethiopian Airlines lamenta confirmar que seu voo ET302/10 de março que cobria a rota Adis Abeba-Nairóbi teve um acidente”, indicou a companhia em um primeiro boletim informativo publicado no Twitter. Em um segundo boletim publicado algumas horas depois, a empresa confirmou que “não há sobreviventes”. Durante o voo, o piloto do Boeing 737 reportou “dificuldades” e pediu para retornar para o aeroporto internacional de Bole, na capital etíope, disse à imprensa o presidente da companhia aérea, Tewolde GebreMariam. “O piloto mencionou que tinha dificuldades e que queria regressar”, os controladores “autorizaram-no” a dar meia-volta e retornar para Adis Abeba, declarou GebreMariam em entrevista coletiva.

O avião decolou às 8h38 locais (3h38 no horário de Brasília) do aeroporto internacional de Adis Abeba e “perdeu contato” seis minutos depois, informou o veículo estatal Fana Broadcasting Corporate. O aparelho, um Boeing 737 que cobria o trajeto Adis Abeba-Nairóbi, caiu minutos depois de decolar, “causando a morte de todos os 149 passageiros e oito tripulantes a bordo”. O pouso estava previsto para as 10h30 (4h30 em Brasília), em Nairóbi. As condições meteorológicas eram boas neste domingo pela manhã na capital etíope.

O aparelho caiu na região de Bishoftu, cerca de 60 quilômetros ao sul de Adis Abeba. A companhia estabeleceu uma célula de crise para manter os passageiros informados e habilitou linhas telefônicas para familiares das vítimas de 32 nacionalidades diferentes. Os quenianos são maioria, com 32 mortos, seguidos de canadenses (18), etíopes (9), italianos (8), chineses (8) e americanos (8). Também estavam no voo sete franceses e sete britânicos, seis egípcios, cinco holandeses e quatro indianos. Quatro passageiros viajavam com passaporte da ONU.

Em um tuíte, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, manifestou suas “profundas condolências às famílias dos que perderam seus parentes no voo regular” da Ethiopian Airlines. “Estamos pesarosos com notícias que indicam que um avião comercial da Ethiopian Airlines caiu seis minutos depois de decolar em direção a Nairóbi. Minhas orações são para todas as famílias e pessoas próximas dos que estavam a bordo”, tuitou o presidente queniano, Uhuru Kenyatta.

Um avião novo

Em sua conta no Twitter, as cores características da companhia foram substituídas por preto e branco. No aeroporto internacional de Nairóbi, muitos familiares estavam em busca de notícias. “Espero que tudo fique bem”, disse Peter Kimani, que foi ao aeroporto buscar sua irmã Florence Wangari, uma enfermeira “que viaja muito”.

 

Em 2018, um estudo da consultoria ForwardKeys indicava que Adis Abeba havia superado Dubai como primeiro aeroporto de trânsito para os passageiros que chegam à África subsaariana.

O gigante americano da aviação Boeing disse, hoje, que está “profundamente triste” com a morte dos ocupantes do voo da Ethiopian Airlines e que tem “uma equipe técnica da Boeing preparada para dar assistência técnica a pedido e sob a direção da Junta Nacional de Segurança do Transporte dos Estados Unidos” para descobrir as causas do acidente.

“A Boeing fica profundamente triste ao saber da morte dos passageiros e da tripulação no voo 302 da Ethiopian Airlines, um avião 737 MAX 8” entregue no ano passado, afirmou a companhia, em um comunicado.

“Estendemos nossas sinceras condolências às famílias e entes queridos dos passageiros e da tripulação a bordo e estamos prontos para apoiar a equipe da Ethiopian Airlines”, acrescentou.

O Boeing 737 MAX de um único corredor é um dos aviões comerciais de passageiros mais novos e avançados do mundo. A companhia recebeu críticas, porém, por possíveis falhas com o avião, que entrou em serviço em 2017.

Um 737 MAX da companhia indonésia Lion Air caiu no mar de Java em outubro, aproximadamente 13 minutos depois de deixar Jacarta, matando as 189 pessoas a bordo.

Depois que os investigadores apontaram que o avião tinha problemas com seu indicador de velocidade do ar e com os sensores do ângulo de ataque (AoA), a Boeing emitiu um boletim especial informando aos operadores o que fazer se enfrentassem a mesma situação.