A Câmara Municipal de Itiruçu vai entrar com uma ação contra a Embasa por conta das constantes faltas d’água no município, Sede e Zona Rural, mediante movimento popular ter cobrado dos vereadores uma postura maior e aguerrida à questão. Em cada município seus munícipes podem até tomar iniciativas próprias, mas se os poderes não abraçarem e cumprirem a hierarquia nas causas sociais, os movimentos serão sempre enfraquecidos. Além da Câmara de vereadores é, neste caso, necessária uma união de forças de todos os poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário; que precisam abraçar o sofrimento da população quanto à falta de investimentos para garantir o abastecimento aos consumidores cadastrados na empresa, que passam de 3.500. Não se trata de criar birras políticas para apequenar o movimento.
A iniciativa de levar um grupo de pessoas da comunidade à Sessão da Câmara foi da Associação dos Artesãos de Itiruçu e Irineu Amorim, que foi autor de outros movimentos pela mesma causa, inclusive, com ações no Ministério Público, hora sem sucesso.
As reclamações dos moradores levados à Câmara Municipal como um último pedido de socorro, relatam que, sobretudo, a falta de água vem comprometendo a saúde dos munícipes que estão privados do produto para beber, cozinhar, fazer higiene pessoal e outras tarefas de casa. Os usuários alegam ainda que, é preciso, no entanto, que os cidadãos apresentem-se em massa para ajudar a reforçar medidas contra Embasa, com reclamações sobre o problema provocado pela empresa, pois, mesmo sem fornecer a água, continua mandando as contas sem qualquer abatimento para os domicílios, causando prejuízos aos munícipes que são obrigados a pagarem cerca de R$ 50,00 por uma pipa de água a iniciativa privada.
Os vereadores comprovaram que solicitaram a Gerência Regional de Jequié, chefiada por Cesar Melhem, uma audiência pública para tratar do assunto, mas ate hoje estão sendo ignorados, mas que, diante o processo eleitoral a empresa não iria se manifestar, ficando prometida uma agenda na cidade pós segundo turno da eleição presidenciável.
Durante abertura para os consumidores se pronunciarem, uma professora da cidade chegou a dizer que os serviços ofertados pela Embasa em Itiruçu é um ‘assalto a mão armada’, o que melhor justificaria a inércia da empresa em cobrar um produto não fornecido.
Revoltados, moradores também cobraram ações de ajudas do município através do Carro-pipa, tomando como exemplo outras cidades que foram autorizadas pegar água da própria Embasa para levar a pontos mais críticos, como ocorrido nas cidades de Lajedo do Tabocal, Maracás, Planaltino e Irajuba, mediante as lutas constantes dos prefeitos junto à Embasa, fazendo eminentes pedidos de socorro pela causa. A questão foi levantada pelo vereador Robertão, que solicitou a viabilidade de avaliar o carro-pipa do município para a Embasa amenizar à situação em pontos críticos do município.
Vale ressaltar que, é vedada pelo ministério de Saúde, mas é uma prática antiga em Itiruçu, que se abasteçam moradores da Zona Rural captando água de rios sem tratamento com carro oficial, o que pode gerar prejuízos à saúde. A água para ser fornecida ao consumo deve seguir normas e padrões de qualidade e não captada na natureza de qualquer forma, como é feito na cidade. Quando feita, é preciso orientar o uso para animais e não humano, inclusive, por veículos do exército.
O gerente da Unidade de Itiruçu, Murilo Rodrigues, representou a Embasa na sessão e disse que medidas nas manobras com a união das redes de distribuição estão sendo tomadas para melhorar o abastecimento nos Bairros, bem como relembrou o que o Itiruçu Online anunciou recentemente, sobre a viabilidade do uso do sistema da Barragem de Pedra em Jequié, neste caso, para abastecer os municípios de Maracás, Planaltino, Irajuba, Lajedo, Itiruçu e o Entroncamento de Jaguaquara, projeto com 70% adiantado de tempo.
Como exemplo, citamos a cidade de Maracás, que por receber diversas reclamações no ano de 2013, além de um ofício da Câmara Municipal, o promotor de Justiça Marcos Peixoto, entrou com uma ação civil pública com pedido de liminar contra a empresa prestadora de serviços, decidindo que, a Embasa teria que normalizar, no prazo máximo de 10 dias, à época, o fornecimento de água em Maracás, prestando o serviço de forma eficiente e contínua. Da mesma forma, deveria disponibilizar gratuitamente o abastecimento em caminhão pipa até o serviço ser regularizado, sendo o consumidor comunicado previamente caso a interrupção ocorresse. A empresa também teria que se abster de cobrar dos consumidores contas referentes aos períodos em que não houve o correlato fornecimento da água, bem como de inserir o nome desses consumidores em bancos de dados e cadastros de restrição a crédito. Em caso de descumprimento, seria cominada uma multa diária correspondente a R$ 10 mil.