Cerca de cem estudantes universitários, dentre eles a atriz Marina Novaes, filha da vice-prefeita de Itiruçu Dra. Rita Novaes, iniciaram o mês de dezembro construindo casas de emergência na comunidade Guerreira Zeferina, conhecida como “Cidade de Plástico”, no bairro de Periperi, em Salvador. As moradias vão beneficiar famílias do local que vivem em situação de extrema pobreza.
A ação faz parte do projeto Ong Teto, que mobiliza jovens para a construção de moradias de emergência. A organização atua no Caribe e América Latina.
João Rafael Gomes, um dos estudantes que participaram da mobilização, revelou que se sente mal em saber que há pessoas vivendo em condições sub-humanas. “É um incomodo muito grande a gente, como cidadão, ter que lidar com uma questão tão delicada como a pobreza”, afirma. Entretanto ele destaca a importância dos mais novos para mudar a situação: “A gente é jovem, a gente tem energia para fazer isso, para trabalhar contra isso”, conclui.
Na “Cidade de Plástico” vivem mais de 300 famílias, e muitas habitam casas feitas de papelão e restos de madeira, erguidas em locais sem saneamento básico.
O custo de produção de cada casa fica em torno de R$ 5,5 mil, e cada morador contribui com uma parcela de R$ 200. Henrique Chan, diretor do projeto na Bahia, explica o procedimento para a construção dos imóveis. “A gente faz uma identificação, faz uma visita in loco, e o próximo passo é uma assembleia com os moradores, com a comunidade, para a validação do nosso trabalho”, afirma.
Em dois dias de trabalho os voluntários instalam as bases acima do solo, para evitar a umidade, montam o piso, também de madeira, e erguem as laterais pré-moldadas da casa, que depois é coberta. “Por cima, a gente tem a estrutura de telhado, e na sequência a gente passa uma manta térmica para dar mais conforto e amenizar a questão do calor que Salvador tem. Então a gente vem com um telhado de zinco, para finalizar a cobertura da casa”, fala Henrique Chan. Ao final do processo, as casas ainda são pintadas.
Durante o último fim de semana foram erguidas sete casas na comunidade, com a ajuda dos moradores: uns fornecem alimentação, enquanto outros participam da construção. O pedreiro Antônio Paixão não parou de trabalhar um instante, ansioso para ver pronta a casa onde vai morar com a família. “Cinco horas da manhã eu já estava acordado. Quando eles chegaram aqui, eu já estava com as pedras aqui do lado”, afirma.
Matéria foi destaque na TV Bahia, no Jornal da Manhã e reproduzida por vários meios de comunicação no Brasil.