Jasiane Silva Teixeira, a conquistense de 28 anos, também conhecida como Dona Maria, entrou para o Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) no final de janeiro como a Dama de Copas. Procurada por tráfico de drogas e homicídio, ela é a terceira mulher a fazer parte do Baralho do Crime, desde a sua criação, em 2011.
A polícia aponta que Dona Maria vem espalhando o terror no comando da recém-criada facção Bonde do Neguinho (BDN) em Vitória da Conquista. Ela possui seis processos criminais – quatro por tráfico e associação para o tráfico, um por homicídio qualificado, ambos em Conquista, e um por homicídio qualificado em Jequié, onde a vítima foi um agente penitenciário. Ela também tem quatro mandados de prisão por tráfico, associação para o tráfico e homicídio.
Esposa do traficante morto Bruno Pezão, Jasiane assumiu e expandiu as ações do grupo criminoso. Hoje, intitulado Bonde do Neguinho, em referência ao gerente e matador Juarez Vicente de Moraes (o Neguinho), a facção criminosa tem uma estrutura organizacional com gerentes de distribuição, recolhimento de dinheiro, distribuição de drogas, de vendas, além de advogados à disposição dos interesses do grupo criminoso.
No dia 12 de novembro do ano passado, Jasiane ordenou uma matança numa casa noturna no bairro Morada dos Pássaros. O motivo: o proprietário fornecia aos clientes drogas, compradas de outro distribuidor, numa região dominada pelo BDN.
“Ela determinou a morte de todos que estavam lá, cerca de 20 pessoas, mas conseguimos impedir. Tivemos a informação e enviamos cinco equipes nossas para lá, que se posicionaram estrategicamente nas imediações. Quando os bandidos chegaram, eram quatro, resistiram à prisão, trocando tiros com a polícia e acabaram mortos na porta da casa noturna. Seria uma carnificina”, conta o delegado Cléber Rocha Andrade, coordenador da Coorpin de Vitória da Conquista. “Ela é impiedosa. O Bruno Pezão poupava mulheres e crianças. Ela não, é muito fria, ordena as execuções de quem quer que seja”, destaca o delegado.
A Dona Maria já foi presa duas vezes, em 2008 por por tráfico, associação para o tráfico e porte de arma e em 2010, junto com outras mulheres de criminosos, após o ex-marido mandar matar um agente penitenciário em Jequié.
A líder do BDN é mãe. O filho de 7 anos, fruto do relacionamento com Bruno Pezão, vive com parentes, segundo a polícia. A mãe de Dona Maria, Patrícia Carvalho Silva, que também responde por tráfico, foi esposa de Antonilton de Jesus Martines, o Nenzão, um dos maiores traficantes de Conquista.
Resenha Geral.