Maior velocista de todos os tempos, Usain Bolt fez sua despedida de provas individuais olímpicas nesta quinta-feira (18) com uma medalha de ouro nos 200 metros, sua distância preferida. Não conseguiu bater o seu recorde mundial de 19s19 como prometera. Mas isso não tira o brilho de sua sexta medalha de ouro em sete disputas olímpicas individuais. No total, são oito títulos na carreira, contando os revezamentos.
“Estou feliz. A atmosfera foi brilhante, empolgante, amei”, disse Bolt à TV Globo. “É muito trabalho duro. Vocês não veem o trabalho duro por trás das câmeras. Estou aqui tentando curtir”.
Essa foi a 16ª vez que Bolt entrou em uma raia para disputar uma prova olímpica sozinho (contando classificatórias e finais). Apenas duas vezes não terminou em primeiro. Na Olimpíada de Atenas-2004, em sua estreia, tinha 17 anos, estava machucado e terminou em quinto. Houve outra derrota na eliminatória dos 200 m para o trinitário Rondel Sorrillo.
Ambas foram provas em que o jamaicano não se esforçou o suficiente ou não estava nas condições ideias. Foi costume ver em sua carreira corridas de 100 m ou 200 m de eliminatórias em que ele simplesmente relaxou por até 30 metros antes da linha de chegada, e ainda assim ganhou com larga vantagem.
Quando valia tudo, Bolt nunca perdeu. Foram seis finais olímpicas individuais, todas vencidas. É o único ser humano que foi tricampeão em provas de velocidade, 100 m e 200 m. Ainda bateu recordes mundiais nas duas provas em Pequim quando estava no auge de seus 21 anos.
O domínio de Bolt sobre os eventos de velocidade transformou o atletismo. Tirou a supremacia norte-americana, deixou de lado nomes ligados a doping como Justin Gatlin, mudou a lógica de corredores fortíssimos e com cerca de 1,80 m de altura. Do alto dos seus 1,96 m, o jamaicano fez de sua marca as suas largadas ruins e as largas passadas que ultrapassavam os rivais com facilidade a partir da metade da corrida.
Outra característica: as brincadeiras, o gestual para o público, o estilo showman que encanta a torcida. O público ainda terá a oportunidade de ver Bolt no revezamento 4×100 m no Engenhão nesta sexta (19), quando ele tentará completar sua meta de nove ouros olímpicos. É bom aproveitar: demorou 116 anos de Olimpíada para surgir um homem como ele. A não ser que o velocista mude sua decisão de se aposentar. Uol Esportes.