Com uma média de 12 novos casos notificados à cada dia, a microcefalia, cujas causas são apontadas como resultante da contnaminação pelo Zka vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, avança em todo o estado e já se espalha por 106 municípios baianos. Em uma semana, 85 novos casos surgiram e,m todo o estado, sendo que 52,24 das ocorrências foram registradas em Salvador.
Por causa dessa situação, tanto o Governo do Estado como a Prefeitura de Salvador estão intensificando o combate ao mosquito Aedes aegypti numa verdadeira Operação de Guerra. Em Salvador 110 soldados do Exército foram treinados por agentes de endemias e já estão atuando de casa em casa nos principais bairros onde existem focos e criatórios do mosquito. Outros 1.800 soldados da Marinha irão se juntar a essas atividades logo após o Carnaval, em Salvador e também nas cidades de Ilhéus, Porto Seguro, Juazeiro e Bom Jesus da Lapa.
A Secretaria Municipal da Saúde está colocando larvicidas e promovendo pulverizações em todos os circuitos e entorno do carnaval de Salvador. E também nas instalações e nos arredores das maternidades como forma de prevenir a ação do mosquito.O Governo do Estado, por sua vez, vai encaminhar carta aos 417 prefeitos para que o início do ano letivo seja complementado com palestras, aulas teóricas e práticas e outras atividades que engajem alunos e professores no combate ao Aedes aegypti.
“É sim, uma ampla operação de guerra que está mobilizando tudo o que pudermos utilizar para combater o mosquito”, diz a coordenadora do programa de Endemias da Secretaria Municipal da Saúde, Isabel Guimarães. “É uma mobilização não apenas do Estado, mas de todos os segmentos da sociedade, indistintamente.”, diz o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas.
Ação conjunta
A coordenadora do Programa de Endemias da Prefeitura de Salvador, Isabel Guimarães, explicou que a Prefeitura vem monitorando as ações de combate ao Aedes aegypti em toda a cidade e que para reforçar o trabalho com a população, instalou um Call Center (3202- 1808) que vem recebendo denúncias e indicxalçõe4s de criatórios e infestações do mosquito em diversos bairros da cidade.
Com os agentes de endemias os principais bairros com maior número de infestações vêm recebendo a ação de pulverizadores e colocação de larvicidas. Sessenta equipamentos portáteis foram adquiridos pela Prefeitura para ação nos locais de difícil acesso para veículos e 50 agentes foram destacados para atuar nos entorno das maternidades e clínicas. A Prefeitura também anuncia que logo após o carnaval vai se reunir com líderes da Igreja Católica e de ouras instituições religiosas para buscar o apoio n a ação de conscientização da população no combate ao mosquito.
Já o secretário estadual da Saúde, Fábio vilas Boas, disse que o governador Rui costa vai buscar o engajamento dos dirigentes das Câmaras de Dirigentes Lojistas e Associações Comerciais para que este4s também se integrem à lçuta contra o Aedes aegypti. A Sesab já criou o Centro Operacional de Emergência em saúde que integra a rede estadual aos municípios e está conclamando os prefeitos por mais ações.
Conforme disse Fábio Vilas-Boas, “espera-se que até o final do mês todos os 417 municípios estejam 100% engajados”, disse. O secretário cobrou dos prefeitos que enviem ao Ministério da Saúde os relatórios de visitações dos agentes de endemias. “É preciso que o Governo federal saiba quantas casas foram visitadas e quais os locais de maiores infestações. E na Bahia 50% dos prefeitos não estão preenchendo esse relatório que é importante para que se possa otimizar as ações de combate ao mosquito”, queixou-se Vilas-Boas.
Doença já ocorre em 109 municípios
Atré o último dia 30 a Bahia já tinha registrado 618 casos de microcefalia, causada pelo mosquito Aedes aegypti. Os dadois que constam do último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), divulgado no início da tarde de ontem, indicava que os casos, que até o boletim anterior, do dia 25, os casos de microcefalia notificados passaram de 533 para 618, com o acréscimo de 85 novos casos em uma semana.
A doença jpá avança em 106 municípios – eram 96 no boletim anterior – e Salvador aparece com 52, 43% dos casos,com 324 notificações. A microcefalia, cujas evidências são de que o Aedes aegypti seja o causador através da contaminação pelo Zika vírus, provoca nos recém-nascidos a diminuição do perímetro cefálico menor ou igual a 32 centímetros.
Dentre os 618 casos, foram notificados dez óbitos nos municípios de Camaçari (1), Itabuna (1), Olindina (1), Salvador (3), São Sebastião do passe (1), Tanhaçu (1), Itapetinga (1) e Campo Formoso (1).
Mobilização
Em Salvador, conforme os dados da Secretaria Municipal da Saúde, a região que mais preocupa é o Subúrbio Ferroviário, seguida do Miolo (região entre a BR-324 e a Avenida Paralela). Os bairros de maiores infestações são Plataforma e Lobato, no Subúrbio Ferroviário, e Pau da Lima, Brasilgas, Jardim Nova Esperança e Jardim Cajazeiras, na Região do Miolo.os de menores infestações são Brotas e o Centro Histórico.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que as campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti vão continuar em todo o país de forma intensificada até pelo menos junho deste ano. Até lá o governo espera estar visitando todos os 5.561 municípios brasileiros e 100% dos domicílios e instalações públicas e privadas urbanas até 29 de fevereiro. E ainda realizar, até o fim da campanha, visitas bimestrais de controle do mosquito.
Marinha na Guerra
Depois do Exército, que já disponibilizou 110 homens para atuar em Salvador, o Comando do II Distrito Naval vai disponibilizar 1.800 militares para atuar em Salvador, Porto Seguro, ilhéus, Juazeiro e Bom Jesus da Lapa no combate ao mosquito Aedes aegypti.
Em nota divulgada na manhã de ontem, o Comando do 2º Distrito Naval disse que a partir de 13 de fevereiro vai participar da segunda etapa de combate ao mosquito responsável pela transmissão da Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus.Nessa etapa da campanha, a Marinha do Brasil vai mobilizar um efetivo de 1.807 militares, que atuarão em uma ação coordenada com o Ministério da Saúde e as autoridades locais, distribuindo material impresso com orientações para que a população se informe e se engaje no combate ao Aedes.
A terceira etapa está prevista para o período de 15 a 18 de fevereiro, quando os militares estarão diretamente envolvidos no combate ao mosquito. Essa fase do trabalho terá visitas domiciliares dos efetivos das Forças Armadas, acompanhados de agentes de saúde, para inspecionar possíveis focos de proliferação, orientando moradores e, se for o caso, fazendo aplicação de larvicida em criadouros.
Em Salvador, os militares da Marinha atuarão nos bairros do Comércio, Subúrbio Ferroviário, Nazaré, Barbalho e Liberdade. Na última etapa da campanha, ainda em fase de discussão com o Ministério da Educação, os militares deverão ser engajados em trabalhos de visitação a escolas., com o objetivo de reforçar o trabalho de conscientização das crianças e adolescentes sobre como evitar a proliferação do mosquito.
Numa primeira etapa da campanha, 120 militares da Marinha foram treinados por técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, a identificar e eliminar focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti. Outros 57 militares sediados Aracaju (SE), Pirapora (MG), Ilhéus, Porto Seguro, Juazeiro e Bom Jesus da Lapa também foram capacitados para o trabalho em campo que começa logo após o carnaval. *Tribuna da Bahia.
