Milhões de brasileiros ouvem o nome “Sérgio Moro” todos os dias na tevê e no rádio, leem sobre ele nos jornais e na internet. É fácil associá-lo à Lava Jato . Mas para a imensa maioria ele não passa disso, um nome: sem rosto, sem voz, sem passado e sem personalidade.
Tímido por natureza, desde que começou a trabalhar na Lava Jato Moro se fechou ainda mais. Não dá entrevistas há mais de um ano. Aos amigos, pediu que não deem informações sobre ele, até por prudência: alguém que está mandando prender empreiteiros, gente ligada à maior estatal do país, políticos e doleiros tem razão para não querer que se diga onde mora ou detalhes de sua rotina (o que será respeitado nestas páginas). Durante o tempo em que este perfil foi escrito, Moro falou uma única vez com a reportagem: para dizer que não se pronunciaria.
Mas para muita gente Moro é bem mais do que o nome na tevê. Para os funcionários da Justiça Federal, é o sujeito pacato que até pouco tempo atrás ia de bicicleta trabalhar. Para os alunos da UFPR, é o professor que ensina sobre lavagem de dinheiro e que mesmo durante a Lava Jato não se atrasa para a aula. Para os advogados, é osso duro de roer. Para os amigos, é o são-paulino que gosta de vinho e charutos. Para dona Odete, é o filho que saiu cedo de casa para ser juiz. Para Rosângela e os filhos, é o pai de família com dois empregos que passa as férias em Santa Catarina. Continue lendo.