O prefeito de Lafaiete Coutinho, Zenildo Brandão – Zé Cocá- (PP), que ocupa a presidência do Consórcio dos Municípios do Vale Jiquiriçá, comentou, em entrevista ao Blog Itiruçu Online, sobre a situação das estradas nos municípios do Território, que em algumas cidades já estão em péssimas condições de trafegabilidade. Segundo Cocá, a responsabilidade com as BAs ainda não é do Consórcio e que o estado detém, ainda, essa responsabilidade e que apensar de ter a promessa de celebrar o convênio em 2016, recebeu informações do governador que ainda em 2015 pode ser conveniado com o estado para dá manutenção nas estradas.
– O governador Rui Costa (PT) tem sinalizado e saído na frente. O secretário achava muito difícil firmar esse convênio ainda este ano, mas Rui tem buscado recurso para essa área. Tive uma conversa com ele e mim disse que marcaria uma reunião para que possamos fazer essa articulação, inclusive, montamos uma equipe junto com aos Consórcios do Sinzal e o Portal do Sertão para estruturarmos uma equipe de projetos e fazer o trabalho de mapeamento a fim de conhecer as carências de nossas regiões para que possamos entregar isso a Dr. Marcos e mostrar nossas deficiências e, assim, saber como iremos fazer. O mais importante disso tudo é que estamos mostrando ao governo que com a parceria dos Consórcios vai se economizar em torno de 60 a 70% com despesas, então temos que buscar esse horizonte e esses espaços- disse Cocá.
Engajado, ao lado da UPB- União das Prefeituras da Bahia-, onde ocupa cargo na mesa executiva, o gestor comentou a luta das entidades representativas dos municípios.
– A UPB – União das Prefeituras da Bahia-, e a CNM – Confederação Nacional dos Municípios-, tem feito um trabalho grandioso em defesa dos municípios. Infelizmente, com a crise e quando a união diminuiu a receita dos municípios, isso diminuiu no estado e consequentemente nos municípios. Em 2009 nós tivemos uma queda igual a essa de 2015, mas naquele momento o governo federal estava muito bem. O governo Lula deu um apoio aos municípios chamado de AFM- Apoio Financeiro aos Municípios-, então o que tínhamos perdido em relação a 2008, naquela época, no mês seguinte complementava. Os municípios sentiram a queda com intensidade menor. Esse ano de 2015 não acontece isso. Já procuramos a presidente e ela até sinalizou isso, mas de uns dias para cá ela recuou e estamos vendo que o governo federal está sem receita, então isso é muito difícil de acontecer. Estamos tendo uma crise igual a de 2009, mas sem as vantagens que tivemos naquele ano-, disse Zenildo.
Outro assunto bastante reclamado entre os prefeitos são os repasses das obras conveniadas, que segundo o representante dos municípios a UPB e a CNM também estão engajados na luta pela liberação dos recursos para os municípios.
– Agora precisamos nos organizar e discutirmos essa situação. Fizemos uma pauta da CNM e realizamos uma reunião na UPB no último dia 31 só sobre obras paralisadas. Pautamos como buscarmos receitas para que os prefeitos comecem a trabalhar. Os municípios precisam também se articularem para que consigam empenhar o maior número de recursos de emendas o máximo possível-, Orientou Cocá.
Como também administra um dos municípios baiano, a pequena e pacata cidade de Lafaiete Coutinho, o prefeito disse que a situação de seu município é de igual forma aos demais. Segundo ele, dificuldades para andar em dias com as contas e cortes no orçamento são inevitáveis no momento atual brasileiro.
-Mesmo com essa crise que assola os municípios desde 2009, melhoramos em 2012 e 2013 um pouco, mas em 2014 e 2015 ela voltou com mais intensidade. Em 2015 poucos prefeitos estão 100% em dias. Em Lafaiete temos a folha de pessoal e prestadores de serviços em dias, mas alguns fornecedores tivemos que frear e isso nos preocupa, pois um município que sempre veio trabalhando numa condição boa e agora diminuímos varias despesas. Tivemos que tirar do orçamento um projeto nosso de reformas de casas, do qual eu sou apaixonado e de uns 4 meses para cá, fizemos quase nada. Estamos buscando recursos federais para cobrir essa demanda. O deputado Cacá Leão disponibilizou emenda de R$ 1 milhão para que possamos reformar casas, pois precisamos buscar os recursos de nossos deputados como alternativa para alocar os recursos no lugar de nossos investimentos, pois os municípios não possuem mais recursos para custear esses projetos. Só para se ter uma ideia, o dinheiro da saúde hoje de Lafaiete, Itiruçu, Lajedo e cidade do nosso porte só dá apenas para pagar folha de pagamento, então é preciso que o prefeito invente outros recursos para fazer o custeio da saúde. Isso é muito difícil. 2015 é o pior ano de toda minha vida na Gestão Pública. Olha que já fui secretário por 4 anos e estou no 7 ano de prefeito e nunca vi nada parecido como a situação que vivemos neste ano-, relatou o prefeito Zenildo Brandão.