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Vitória perde para o Corinthians e continua na zona de rebaixamento

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Antes do jogo da noite desta segunda-feira (22/8), na Arena Corinthians, em São Paulo, o técnico do Vitória, Vagner Mancini, disse que queria “gerar um desconforto para o Corinthians e fazer um bom jogo fora de casa”. Certamente o Timão ficou desconfortável. Aos 42 minutos do primeiro tempo, Marinho invadiu a área, chegou à linha de fundo e cruzou forte. Ao tentar a antecipação Yago fez gol contra. Um desconforto, sem dúvida. Na zona de rebaixamento, o Rubro-Negro baiano precisava vencer.

E no intervalo, Marinho sabia ser preciso valorizar o bom primeiro tempo. “Precisamos voltar mais atentos”, disse.Mas a atenção durou 2 minutos da etapa final, quando o campeão baiano sofreu o gol de empate. Marlone carregou pela meia esquerda, passou por dois marcadores e mandou uma bomba no ângulo. E aos 26 minutos, a virada. Marquinhos  Marlone deu grande passe para Uendel, que cruzou para Marquinhos Gabriel, de barriga, mandar para a rede. Aí o desconforto era do time baiano. Com o resultado, o Vitória permanece com 23 pontos, em 17º lugar, o primeiro do Z-4, acompanhado por Figueirense, Santa Cruz e América MG. O resultado desta noite de segunda-feira acabou sendo bom para Internacional e Cruzeiro, que têm os mesmos 23 pontos da equipe baiana e ocupam respectivamente a 15ª e 16ª colocações.

“Belo jogo”

No final da partida, Diego Renan encontrou motivos positivos: “Temos que levantar a cabeça, pois fizemos um belo jogo. Agora serão dois jogos seguidos em casa para voltar a vencer”, disse.

Pouco mais de 20 mil torcedores acompanharam o jogo, o pior público da história da Arena Corinthians.

O menor público recebido pela Arena antes da partida tinha sido registrado em março deste ano, contra a Ponte Preta pelo Campeonato Paulista, onde 22.029 torcedores estiveram no estádio alvinegro. No Brasileirão, a menor marca foi contra o Santa Cruz, que teve 25.501 pagantes.

Já o melhor público do Corinthians em Itaquera – 44.976 pagantes – foi em novembro de 2015, na goleada por 6 a 1 sobre o São Paulo, na partida em que o Timão recebeu a taça do Brasileirão.

Como foi a partida

Marlone estava encostado no Corinthians. Decepção no começo da temporada, seria utilizado como moeda de troca pela diretoria para a contratação de um centroavante. Foi oferecido para muitos clubes, mas não houve acordo. Ele continuou trabalhando e, com a chegada de Cristóvão Borges, com quem trabalhou no Vasco, viu suas esperanças se renovarem. Nesta segunda-feira, no Itaquerão, ele garantiu um triunfo que parecia improvável diante do atrevido Vitória, de virada, por 2 a 1, e recolocou o time no G4 do Brasileirão, agora em terceiro lugar, com 37 pontos.

Marlone, nome pedido pelos torcedores nas últimas partidas, entrou no intervalo, no lugar de Romero – o time perdia por 1 a 0 – e com cinco minutos em campo igualou o marcador num golaço. Aos 26, participou do lance da virada. Sua entrada incendiou a partida e, num dia em que o time não foi brilhante (já está virando rotina o futebol burocrático), ele garantiu a festa dos torcedores após três empates seguidos em casa.

Nesta segunda, mais uma vez o técnico Cristóvão Borges mexeu na escalação. A meta era acabar com as “oscilações”, segundo explicou. Rodriguinho ganhou a vaga de Giovanni Augusto no meio, e na frente Guilherme virou um falso 9 na vaga de André. O atacante ficaria no banco, mas viajou para Portugal para fechar sua transferência ao Sporting. Os portugueses vão pagar R$ 7 milhões ao alvinegro pelo atacante e “perdoar” a dívida de Elias Este valor será investido na contratação de Gustavo, centroavante do Criciúma.

Após três empates seguidos em casa (1 a 1 com São Paulo, Figueirense e Cruzeiro), a obrigação da vitória diante de rival na zona de rebaixamento e valendo vaga no G4 deixou os corintianos um pouco nervosos no começo do jogo. Apesar da disposição e das tramas boas, o passe final acabava com as jogadas. Foram necessários 15 minutos para o primeiro susto aos baianos. Uma arrancada da defesa com troca de passes de primeira terminou com chute do convocado Fagner raspando a trave.

Ao menos a defesa não dava brechas para o rápido Marinho e o perigoso Kieza. Eles apostavam na velocidade, porém não ameaçavam Cássio.

A torcida então acordou. E com o grito cada vez mais forte dos corintianos na Arena após minutos de domínio de bola do Vitória, o Corinthians resolveu pisar no acelerador. E por pouco não tirou o zero do placar com Rodriguinho. A aposta de Cristóvão driblou Kanu e chutou na trave aos 27 minutos. Logo depois Bruno Henrique chutou por cima. Uendel, então, tirou o grito de gol da galera. Mas o chute foi desviado pelo goleiro e a bola morreu na rede pelo lado de fora.

Virou jogo de ataque contra defesa. Enfim o Corinthians dominava, apertava, sufocava. Faltava o capricho na finalização. Até surgir um bicão para frente de Kanu aos 43 que virou lançamento. A bola chegou a Marinho, que chutou forte para trás e Yago, para o lado errado, desesperado, anotou contra. Abalado, Yago correu para o vestiário. Tinha o peso da derrota parcial nas costas, apesar do respaldo dos companheiros.

Atrás do marcador, Cristóvão mudou o time no vestiário, tirando um atacante, Romero, e optando por um meia, Marlone. Estranho e que deu muito certo. O camisa 8, logo aos 5 minutos, recebeu de Elias, passou pelo marcador e soltou uma pancada para empatar.

Hora de pressionar? Que nada, o Vitória é quem perdeu a chance do segundo logo depois de sofrer a igualdade. Marinho deixou a defesa na saudade e bateu forte, imitando o primeiro gol. Desta vez, contudo, Yago não desviou e Vander perdeu gol feito. Não fez… Levou a virada.

E não é que Cristóvão provou ter estrela! Bastante questionado por suas substituições em empates recentes na arena, ele viu Marlone mudar o rumo de um tropeço que parecia certo. O meia deu passe açucarado para Uendel cruzar no peito de Marquinhos Gabriel: 2 a 1 aos 26 do segundo tempo.

Na frente, era hora de o alvinegro segurar o importante triunfo. E foi o que aconteceu. Cássio não passou mais sustos e em contragolpes o time poderia aliviar a pressão dos minutos finais Mas exagerou no preciosismo. Festejou, contudo, os três pontos suados e a terceira colocação na tabela.

Ficha do Jogo

Corinthians – Cássio, Fagner, Balbuena, Yago e Uendel; Bruno Henrique, Elias e Rodriguinho; M. Gabriel, Romero e Guilherme. Técnico: Cristovão Borges

Vitória – F. Miguel, D. Matheus, Victor Ramos, Kanu e Diego Renan; W. Farias, Marcelo e Sherman; Vander, Marinho e Kieza. Técnico: Vagner Mancini

Arbitragem – Bruno Arleu de Araújo (RJ), auxiliado por Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Thiago Henrique Neto Correa Farinha (RJ)