Quatorze baianos foram resgatados de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda de café em Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais, no último dia 28 de junho. A divulgação da informação pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) só aconteceu na quinta-feira (6). As vítimas não tinham registro em carteira, não receberam equipamentos EPI e estavam alojadas em condições degradantes. Crianças e adolescentes foram encontradas no alojamento, que ainda abrigava os familiares das vítimas.
O responsável pela fazenda discute com o MPT o fechamento de um termo de ajustamento de conduta (TAC) para adequação das condições de trabalho na propriedade para a safra de 2023 e dos próximos anos e para responsabilização do empregador, com previsão de reparação dos danos morais individuais e do dano moral coletivo.
“Em síntese, o que encontramos foram 18 pessoas, dentre trabalhadores, trabalhadoras e seus familiares, inclusive crianças, em um alojamento lotado, em péssimas condições estruturais, com acomodação de famílias, mulheres e homens, crianças e adolescentes no mesmo local”, relatou a procuradora do Trabalho que atuou na operação, Melina Fiorini.
Também havia “ausência do fornecimento de colchões, roupas de cama e cobertores; ausência de armários individuais, instalações elétricas inadequadas, ausência de portas nos cômodos, de iluminação e ventilação adequadas; cobertura incapaz de proporcionar proteção contra frio e a própria intimidade dos moradores, dentre outras graves infrações à Norma Regulamentadora nº 31”, afirmou.
Na frente de trabalho foram detectadas irregularidades, como o não fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI), não concessão pelo empregador de combustível para as máquinas derriçadeiras, que também não eram fornecidas pelo empregador. Os trabalhadores também não tinham acesso a sanitários, espaços para descanso e refeição e água potável.
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