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Número de vítimas de terremoto passa de 23 mil na Turquia e na Síria

Autoridades da Turquia e da Síria informaram nessa sexta-feira (10/02) que já passa de 23 mil o número de mortos pelo terremoto que atingiu na madrugada de segunda uma região de fronteira entre os dois países. Trata-se do terremoto mais mortal a atingir a Turquia desde 1999. O tremor de magnitude 7,8 na escala Richter sacudiu o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria. No quinto dia de buscas, o governo turco disse que o número de vítimas ultrapassou os 19 mil. Do lado sírio da fronteira, o total de mortos já passa de 3 mil.

Equipes de resgate correm contra o tempo para retirar pessoas dos escombros, e as chances de encontrar sobreviventes diminuem a cada hora. As buscas iniciais foram dificultadas por uma tempestade de neve que cobriu estradas importantes e deixou inoperáveis três aeroportos-chave na área, complicando entregas de auxílio vital para as regiões de afetados. O número de feridos passa de 60 mil na Turquia, segundo a agência noticiosa DPA, e o de mortos deve continuar a subir. Por outro lado, sobreviventes continuam sendo retirados dos escombros, apesar de alertas de especialistas em desastres de que as chances de encontrar pessoas com vida caiam dramaticamente após as 72 horas iniciais após o sismo.

Neste sexta-feira, um homem de 45 anos foi resgatado com vida dos escombros na província de Kahramanmaras, 107 horas após o terremoto. O abalo ocorreu às 4h17 (horário local) na segunda-feira, e seu epicentro foi próximo à capital da província de Gaziantep, um importante centro industrial no sudeste da Turquia. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro ocorreu a uma profundidade de 18 quilômetros. O terremoto inicial foi seguido por dezenas de réplicas, incluindo um tremor de magnitude 7,5.

O terremoto inicial também foi sentido na capital turca, Ancara, no Líbano, no Chipre e até na capital egípcia, Cairo. Milhares de edifícios desabaram em uma ampla área de centenas de quilômetros, desde o norte da Síria – palco de uma guerra civil há quase 12 anos –, em cidades como Aleppo, até o sudeste da Turquia, onde foi afetada a maior cidade da região, Diyarbakir.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número de mortos deve subir significativamente devido à grande quantidade de prédios danificados.

O representante regional de emergência da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Rick Brennan, afirmou que a agência da ONU enviou reforços para sua equipe em Gaziantep e disse que os trabalhos de resgate foram prejudicados pelos tremores secundários.

Sobre a Síria, Brennan afirmou que o terremoto é mais uma tragédia que se soma à crise humanitária que atinge o país, que enfrenta graves problemas econômicos e um surto de cólera. “A convergência de todas essas crises está causando um enorme sofrimento.”

Sob controle do regime sírio, a cidade de Aleppo registrou vários tremores secundários. A DW conseguiu falar por mensagens de WhatsApp com uma moradora de 30 anos que não quis citar o nome por questões de segurança.

“A maioria das pessoas que estão ajudando a retirar as pessoas dos escombros são civis. Grande parte não tem formação para fazer trabalho de resgate. É muito perigoso. A qualquer momento, eles podem ser soterrados”, explicou a testemunha, que disse sentir a terra tremer a toda hora. “Talvez também seja apenas o meu corpo, estou em choque.”

“Precisamos urgentemente de doações de sangue. Já pediram a todo mundo aqui para doar sangue porque o número de feridos aumenta a toda hora”, descreveu. “Pediram para as pessoas aqui em Aleppo para que deixem suas casas, mas quase ninguém saiu. Não sabem para onde ir e também não têm dinheiro para ficar num hotel”, disse.