Faleceu nessa sexta-feira (15), no Rio de Janeiro, a artista Marlene Morbeck, aos 73 anos. Natural de Itiruçu, Marlene mudou-se para a cidade maravilhosa ainda adolescente, movida pelo sonho de ser artista de televisão. Enfrentando grande resistência por parte de sua família, que não via com bons olhos o seu envolvimento com as artes, Marlene rompeu barreiras e se impôs como artista em plena década de 60, durante o regime militar no Brasil.
Dona de uma beleza sertaneja sem igual, conquistou o título de Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro, ganhando visibilidade nacional nas capas das principais revistas de celebridades do país na época.
Mas, foi como assistente de palco do velho guerreiro, o Chacrinha, que Marlene ficou eternizada na memória da televisão brasileira como sendo a Loira Sinistra, apelido carinhoso dado por Chacrinha a ela e que marcou para sempre a sua história de vida.
Formada em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marlene tornou-se figurinista contratada da Rede Globo e foi a grande responsável por modernizar os figurinos do Chacrinha, além de atuar também como figurinista em novelas e séries da emissora, como Os Trapalhões. Cantora e compositora, foi influenciada pelo amigo Tim Maia a gravar um disco próprio, lançado por ela na década de 90 com o single “Borrachudo”.
Em seu livro “Vale Tudo – Tim Maia”, Nelson Motta cita Marlene Morbeck como sendo uma das amigas mais íntimas de Tim, a quem ele exigia a presença em alguns shows como condição para subir ao palco. Apaixonada por política e pelo Brasil, candidatou-se algumas vezes à Câmara de Vereadores do Rio, mas nunca foi eleita. Prima do cantor e compositor Tião Silveira, Marlene Morbeck era apaixonada pelo Povoado do Peixe, para onde desejava voltar antes de falecer, o que infelizmente não aconteceu. Sua vida e obra serão para sempre lembrados por amigos, família e admiradores, que agora se despedem da eterna Loira Sinistra, filha ilustre de todo o Vale do Jiquiriçá. Por Guigga/Itiruçu Online.