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Itiruçu: Em entrevista , prefeito fala sobre Piso Nacional, Reeleição, Obras e crise política

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O prefeito de Itiruçu, Wagner Novaes, fez um balanço dos três anos de gestão frente a prefeitura de Itiruçu e disse ter sido apenas mais um da safra de prefeitos eleitos em 2012 sofrendo com graves problemas na economia brasileira, que exigiu dos municípios austeridade no financeiro.

O prefeito começou o bate papo com o Portal Itiruçu Online, com um panorama sobre o desastroso quadro de falência financeira vivida pelo Brasil com a queda no crescimento, e a crise política enfrentada nos últimos anos.  Para Novaes, os municípios sofrem ainda mais com esse quadro.

 -“Esse é um momento dos mais críticos já vividos em nossa história. É um dos momentos mais delicados de toda a nossa história e vai depender de cada um de nós para que seja superado. Nós gestores de municípios precisamos estar ainda mais focados e nos esforçar muito na qualidade da gestão dessa máquina pública que, em todo o país, é extremamente dependente dos repasses dos entes maiores. Quando se vê a União, completamente quebrada, gastando mais do que deve, quando se pensa no estado com seguidos atrasos em pagamentos elementares, inclusive com o não cumprimento de contratos já firmados, certamente teremos um quadro ainda mais caótico nos municípios, que são as pontas destas crises. O município sofre muito mais e é preciso dizer que as arrecadações dos impostos nesta dimensão não são suficientes para poder garantir investimentos e equilíbrio nas contas. 2016 é um ano complicado. Além da crise política, nos temos uma crise financeira, diferente do que ocorreu nos últimos três anos. Com a crise financeira as prefeituras passaram a receber menos da previsão e do que foi somando pelo governo. O FPM, que é a renda maior do município, possui dois segmentos que o alimenta: o IPI e o Imposto de Renda. Se as empresas não fabricam e não vendem, o Brasil não arrecada impostos. Em 2016 o brasileiro tem assistido um massacre de demissões , principalmente nos maiores salários, que são os alimentadores do imposto de renda. Então essas duas fontes de arrecadação tem sofrido uma queda grande e o governo acaba repassado a menos os impostos para os municípios. Isso tem dificultado as gestões municipais, mas graças a Deus estamos conseguindo fazer o dever de casa e manter  o básico funcionando. Não paramos para saúde, um bom exemplo é a quantidade de pessoas que levamos a outros municípios, inclusive para Salvador. O hospital estamos mantendo e diminuímos as críticas, até porque os críticos entenderam que o que recebemos para mantê-lo é insuficiente para manter na ordem.  Estamos fazendo o que podemos e iremos concluir este mandato pela porta da frente com nossa obrigação cumprida, inclusive sem dever o funcionalismo e 13º em dias”-  Avaliou.

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Sobre a questão da educação, o perguntamos sobre as reivindicações da APLB Sindicato, que luta com o município pelo cumprimento do Piso Nacional e vantagens na progressão de carreira da categoria.  Wagner disse:

-“Essa conversa está sendo aberta. Semana passada mantive contato com a presidente do Sindicato por telefone e a avisei que estava indo a Brasília cobrar o que o FUNDEB nos deve, que soma-se em torno de R$ 500.000,00, que foi o somatório do dinheiro do ano passado da escola que não foi cadastrada  por falhas no sistema,  mas com isso o município não pode ficar no prejuízo. Acionamos a justiça e ganhamos por  uma liminar o pagamento destes recursos, os quais não foram pagos até hoje. Estou aguardando uma resposta para que possamos, mais uma vez, cumprir o pagamento do Piso Nacional dos professores. Quanto à questão do plano de cargos e salários, já conversamos com a APLB várias vezes e garanto que nem eu  ou outro prefeito, com os recursos disponíveis,  não irá conseguir nem  começar a pagar na integra o que lá estar escrito. Quando foi feito  o Plano de Cargos e Salários as pessoas não olharam que o FUNDEB tinha um limite e fizeram um plano impossível de se cumprir na sua totalidade. Se hoje decidimos por cumprir o plano,  podemos juntar  os recursos do FUNDEB  40  e  60, mesmo assim  não pagaríamos  a folha dos professores. Temos que ter responsabilidade, pois a máquina pública não pode parar, temos que manter a educação funcionando com os transportes e a merenda escolar. Fizemos agora a maior reforma de todos os tempos nas escolas municipais, e iremos continuar focados nessas melhorias. O trabalho do professor Manoel tem sido brilhante frente à educação e ele tem cobrado muito a questão do piso dos professores. Temos que conversar com a categoria sim, mas que tenhamos consenso. Em particular, acredito que professor ainda ganha muito pouco, mas se avaliando o nível salarial da cidade, é o maior salário  do município, isso graças a organização deles e pelas lutas da criação do FUNDEB,  onde  engessou  o  dinheiro que os prefeitos tem por obrigação pagar os professores, mas em Itiruçu na criação do plano de cargos e salários, houve a não observação dos limites do FUNDEB”- Comentou Wagner.

O prefeito ainda citou durante a entrevista sobre as críticas que sofre dos adversários, acrescidas no ano eleitoral. Novaes garantiu relevância e afirmou que os críticos precisam sair de casa para saber o que dizem.  

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– “ Os  que estão tecendo  críticas são pessoas que estão dentro de casa e desconhecem os serviços feitos e oferecidos pela gestão. Elas não vão às escolas, não visitam as esferas da saúde e tampouco estão vendo os investimentos que fizemos na educação, sem dúvidas, o maior investimento com recursos próprios de toda história administrativa do município, visando  ofertar condições melhores aos alunos e aos profissionais da educação.  Eles (a) não  querem enxergar os investimentos que fizemos na renovação da frota de veículos, com 4 novas aquisições para servir à comunidade, inclusive com a compra de uma Amarok que serve à saúde. Essas pessoas que chamam nossa gestão de morta, não querem enxergar o que fizemos com recursos próprios no estádio de futebol, onde custeamos o gramado e sistema de aspersão móvel para assim finalizar uma obra com recursos defasados. Quero dizer a essas pessoas que a população de Itiruçu tem visto os esforços dos últimos três anos.  Só esta semana licitamos R$ 200.000,00 para as Unidades de Saúde. Como é que Itiruçu não está trabalhando? Com toda crise,  Itiruçu tem trabalhado muito bem, tanto que, até o momento nossas contas foram aprovadas pelo TCM. A quantidade de projetos que desenvolvemos é um fato histórico. Aí, os críticos não lembram os motivos de  não iniciarmos as obras, eles sabem o motivo da não liberação dos recursos, mas preferem omitir por ser politicamente vantajoso à eles. Infelizmente,  nossa presidente Dilma não corresponde com as obrigações que é de pagar as emendas impositivas. Esta situação não é apenas em Itiruçu. Todos os prefeitos do Brasil passam por igual conjuntura. Falar que não estamos fazendo nada é um discurso mentiroso e político, pois enfrentamos problemas, mas não fugimos deles (problemas). Peço às pessoas que estão criticando o governo que saiam de casa e vão conhecer a gestão municipal para ter o conhecimento de como estar  à situação. Andam dizendo que faltam remédios, sendo que é uma grande mentira. Temos uma farmácia básica com mais de 500 tipos de medicamentos. Se falta um destes medicamentos, divulgam que faltam “remédios”, é injusto, pois logo são repostos. Nas farmácias que vendem remédios às vezes faltam algum tipo, imaginem numa farmácia popular?  Todas essas críticas tenho relevado e seguido de cabeça erguida, pois  os serviços de saúde em Itiruçu seguem bem melhor comparado com outros municípios”- disse Novaes.

Satisfeito com os serviços oferecidos pela Secretaria de Assistência Social, o gestor rechaçou as críticas dirigidas ao Social e lembrou a citação de Itiruçu em pesquisas de institutos que coloca a cidade entre as mais atuantes no quesito social no Brasil.

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– “No social estamos trabalhando muito forte e por isto ficamos classificados no ranking das pesquisas de aprovação nacional como a 3ª cidade brasileira que mais tem desenvolvido projetos no social, avaliando-se a proporcionalidade e os serviços ofertados. Por exemplo, nenhum outro município na Bahia ofereceu nos últimos anos a quantidade  de cursos profissionalizantes como a nossa e, promovendo à inclusão de jovens, crianças e adultos através dos grupos de fortalecimento de vínculos. Os cursos são ofertados diariamente e posso citar alguns, como cabeleireiro, manicure, operador de computador, fitas, pinturas em tela, culinária, inglês, corte e costura Taekwondo, violão, dança e muitos outros, que nos coloca na condição de cidade que apoia a profissionalização. Tudo isso focado na inserção dos jovens ao  mercado de trabalho. Observamos por exemplo, quantas jovens abriram seus salões ou fazem o trabalho de porta em porta nos últimos anos. Isso só elas podem falar, pois foram beneficiadas pelos serviços. Os que criticam, nunca nem as visitaram durante a aplicação dos cursos nem para saber se estavam sendo bem cuidadas. É muito fácil ser crítico quando se estar fora do poder. O social é criticado por lideranças políticas, mas nenhuma delas visitam a secretaria para saber quantos alugueis sociais mantemos, quantas cestas básicas e apoio às famílias em vulnerabilidade acompanhamos diariamente e quantas jovens grávidas são assistidas. Lógico, a pessoa beneficiada não pode sair falando do que recebeu, nem o município vai usar de sua fragilidade para proveito político,  mas quando uma ou duas pessoas vão procurar ajuda aos políticos, daí, parte a distorção de que o social nada faz. Uma grande mentira que não convence as pessoas de bem  beneficiadas.  Bom seria se todos, mesmo que seja de lado partidário diferente, visite o município que vive para falar sobre ele. Atendo todo mês mais de 300 famílias e elas sabem que nunca deixamos de ouvi-las e buscar solucionar as questões pontuais de cada uma. O social que fizemos nos últimos três anos, nenhum outro prefeito conseguiu oferecer ao cidadão, e não estamos fazendo mais por questões financeiras, como foi o caso do Peixe na semana Santa, que só conseguimos distribuir em 2013 e 2014. Todos os críticos sabem que o social não existe recursos que possibilite fazer mais do que estamos fazendo hoje”-  disse Wagner.

Diante boatos da desistência da reeleição, espalhados na cidade, o prefeito disse que não declarou desistência, mas afirmou não discutir candidatura no momento, optando pela gestão.  O Blog o questionou sobre a situação.

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-“É uma pergunta difícil de responder. O que passa em minha cabeça agora é manter a gestão com a saúde financeira e não privar à população dos serviços básicos. Eleição tem ficado em 3º plano. As condições de gestão estão apertadas. Passamos por um momento difícil com essa situação caótica que o Brasil embarcou.  Os municípios brasileiros pagam a conta do erro do governo federal. Isso quem entende de gestão é rapidamente percebido.  Ao contrário do que acontece em outros municípios, nós priorizamos a manutenção da saúde financeira do município e não atrasamos pagamentos de servidores. Mesmo sofrendo uma investida política violenta, encabeçada por nossos adversários, em virtude do ano eleitoral, mas todos eles sabem, apesar de não ponderarem a verdade e apenas divulgar que nada fizemos, sabem que com toda dificuldade garantimos o pagamento dos salários e benefícios, como décimo terceiro e terço de férias  para toda a rede  de servidores públicos e ainda promovemos  mudanças estruturais em áreas importantes como a educação. A saúde é  um dos segmentos que mais sofremos para manter funcionando com a escassez dos recursos e com complementação do recurso próprio. Nosso Hospital, por exemplo, é mantido praticamente pelos recursos municipais, pois recebemos do SUS pouco mais de R$ 90 mil para mantê-lo funcionando. Os serviços nele não são interrompidos.  Então, o foco agora é o equilíbrio, que já sentimos dificuldades de sustentarmos.  Alguns fornecedores e prestadores de serviços já anotam atrasos nos pagamentos, mas dentro daquilo que iremos poder pagar até o final do ano. Então, com tudo isso, minha vontade de ser ou não candidato não é primeiro plano. Minha preocupação é sair pela porta da frente vencendo todas essas dificuldades. Lá na frente… alguém vai olhar e dizer que meu papel foi de herói em fazer o que estamos fazendo. Podem escrever. Meu 3º mandato enfrenta de tudo, de crise financeira à crise política, o que não tive nos dois primeiros mandatos. Mas discutiremos com o grupo as possibilidades de reeleição ou de outro nome para sucessão municipal. Se não for eu, tenham a certeza que teremos outro nome competitivo e daremos todo apoio para administrar de 2017 a 2020, que serão os 4 anos ainda mais difíceis na história da república. Se estão achando que agora está difícil, mais dificuldades as pessoas irão sentir nos próximos anos. O Brasil passa por um golpe muito grande. O PT realmente bagunçou a coisa toda e quebrou a Petrobras, o que ninguém conseguia imaginar, mas o PT conseguiu afundá-la com seu gerenciamento desenfreado e sem limites para a política, como também quebrou as empresas ligadas ao governo. Dilma vem passando uma dificuldade imensa com os pagamentos dos programas sociais. O Bolsa Família, por exemplo, Itiruçu já temos 40% de cortes feitos  pela presidente Dilma. Essa crise não é apenas nossa, ela é da Bahia e do Brasil e todos irão continuar sofrendo até a retomada do crescimento, até que os municípios e os brasileiros respirarem um pouco. Quero governar os 8 meses que falta para findar meu governo sem   deixar dividas a máquina pública”- garantiu o gestor.

Perguntamos  sobre as obras anunciadas desde o primeiro ano de governo, que até hoje não foram iniciadas nem assinadas alguns dos convênios.  Indagamos ao prefeito se ele ainda matinha esperança de conseguir iniciar algumas das obras empenhadas na sua gestão, diante do cenário político financeiro vivido pelo governo federal. Leia o que disse.

– “Acredito que sim. O governo disponibilizou este ano  R$ 50 milhões para pagar as emendas parlamentares, que são  impositivas, o governo terá que pagar. O volume de recursos que destinamos para Itiruçu serão pagos pelo governo federal, é lei, a presidente terá que cumprir, ela ou outro presidente que entrar. São mais de 10 milhões empenhados. Temos o Portal da Cidade que já iniciamos e iremos nos esforçar para entregar até o final do ano. Temos a pavimentação da Rua do café, a Rodoviária e o Centro de Artesanato, que iremos fazer a licitação. Ainda temos a reforma do mercado da feira, uma promessa do governador no atendimento do pleito da vice-prefeita. As duas quadras já iremos finalizar.  Se você perguntar sobre a conclusão destas obras, eu digo que posso iniciar e não terminar, pois o tempo é curto.  Iremos entregar o estádio e as casas. Já entregamos o calçamento da belíssima e a iluminação da entrada da cidade . O Brasil é um gigante por natureza. Quando for confirmado impeachment da presidente Dilma Rousseff, o dólar vai recuar em menos de uma semana. O dano na Petrobrás não foi o maior nesse governo, e sim a perda da confiança dos investidores. Se o PT cair, esse dinheiro flutuante volta para o nosso Brasil e a economia volta a ser aquecida, daí, o país começa superar a crise e retomar o crescimento”- finalizou.