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Estimativa do IBGE aponta queda de 13% na população de Itiruçu

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enviou a prévia do Censo 2022 ao Tribunal de Contas da União (TCU). Com base nos dados, o órgão vai definir os quantitativos de recursos do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM). A Bahia continua sendo o quarto estado mais populoso do país, com 14.659.023 habitantes. São Paulo (46.024.937), Minas Gerais (20.732.660) e Rio de Janeiro (16.615.526), lideram nesse ranking. Em 2010, o Censo apontou que a população da Bahia era de 14.016.906 habitantes. O crescimento em 12 anos foi de 4,6%. No entanto, há cidades no estado que não tem motivos para comemorar os resultados e, nesse sentido, uma delas é  Itiruçu, que viu até o momento mais de 13% de sua população deixar o território e migrar  para grandes centros do país.

Na estimativa a ser apresentada, sendo confirmada, Itiruçu perdeu quase 13% de seus moradores. Com isso o Fundo de Participação dos Municípios deixa de receber mais recursos, tendo dificuldades de gerir a máquina pública com as correções de valores acrescidos no custo salarial e manutenção dos serviços.

Sem renda e sem emprego, pessoas são obrigadas a buscar grandes centros do País.

Todas as vezes que o censo mostra dados negativos na queda populacional de um município, é um claro sinal de alerta que ele precisa repensar nas políticas públicas adotadas. Não basta ser bom para alguns pequenos grupos de aliados com bons salários, que passam a defender as gestões públicas de olhos vendados e esquecem de cobrar melhorias a toda sociedade.

O foco de um município para não visualizar seu povo indo embora de forma assustadora é aplicar as chamadas políticas de desenvolvimento, as que gerem emprego e renda a coletividade, as que atraem investimentos de industrias, pequenas, médias e grandes fábricas. As políticas econômicas voltadas para geração de emprego e renda nas áreas rurais estão cada vez mais escassas. Fato!

Políticas de desenvolvimento econômico não agrega votos e não segura famílias alienadas ao poder político.  Quais políticas? Efetivamente não houve preocupação na recuperação de culturas produtivas que eram a base econômica nas décadas de 80 e 90, inserindo novas modalidades curtas e com políticas de financiamentos de bancos públicos, pessoal e coletiva.

Observamos os municípios, como é o caso de Itiruçu, receber diversas obras federais, através de emendas parlamentares e, por outro lado, fechando escolas e outras obras ficando  abandonadas pelo caminho por os recursos recebidos não serem suficientes para suas conclusões, o que é de estranhar de forma absurda, pois uma obra pública tem correção de valores em suas tabelas já pagos nos valores iniciais. Mas, este não é o assunto.

A questão é que os povoados da cidade estão menores, sendo invadidos por moradores da sede que estão em busca de paz e sossego. Na imensa maioria dos que já partiram há mais de 2 anos, deixando de ser considerados moradores de Itiruçu, basta olhar tecnicamente nas redes sociais o quão grande é o número de ex-habitantes frustrados pela falta de oportunidades. A Cidade fica cada dia mais pacata e esvaziada.

Há anos Itiruçu vive da renda pública de prefeitura, de aposentados, benefícios sociais e do pequeno comércio local. Pra conseguir ser fiel aos dados, a cidade vem perdendo sua população desde os anos 2000, no período atual, soma-se 11.016 pessoas, a maior queda percentual da história recente. O que é de estranhar são os dados de votantes na base  do TSE, que se aproxima de 9 mil eleitores- ou seja, parece tem mais pessoas  escolhendo os políticos na cidade que morando nela. Em fevereiro os dados devem ser atualizados, mas de imediatos os municípios devem recorrer dos dados apresentados, o que pode ainda corrigir possíveis erros de contagem, mas já fica o alerta: pra uma sociedade crescer, o foco da gestão pública deve ser ações coletivas de desenvolvimento que gere emprego e renda para todos.

O IBGE

Os serviços prestados durante o censo de 2022 tende a ser o pior da história. Os renunciadores tiveram dificuldades no apoio em todo Brasil e, em alguns casos, o formato de entrevista de alguns que sequer entravam nas residências para colher os dados corretos. A resistência de moradores em receber visitas foi outro fator negativo. Ou seja, 2022 é um ano histórico que precisa ser corrigido.

Taxa de fecundidade e migração

De acordo com Alisson Barbieri, professor do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o alto percentual de cidades que encolheram pode ser explicado pela combinação de dois fatores: a redução da fecundidade no país e os processos migratórios internos.