O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 deverá ser aplicado só em janeiro de 2022. A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, disse que foi informada por Danilo Dupas Ribeiro, presidente do Inep, o organizador do Enem.
Segundo ela, Dupas Ribeiro afirmou que há problemas no orçamento para a realização da prova e que uma portaria deverá ser publicada nesta sexta-feira (14) sobre o tema.
O CNE é o órgão que assessora o MEC na elaboração de políticas nacionais de educação.
A assessoria de comunicação do Inep negou a informação e encaminhou um áudio em que teria a declaração de Ribeiro durante a reunião. Nele, uma voz creditada a Ribeiro afirma que o “Enem está em processo de planejamento”, que “não tinha como assinar algo e definir a data do Enem” e que “estamos engajados para que ocorra este ano”. Questionado sobre se haveria outro trecho da reunião em que a informação sobre a data do Enem tenha sido explícita, a assessoria informou que “não procede”.
A edição anterior do Enem, a de 2020, também foi aplicada fora do ano previsto. A pandemia fez com que a prova fosse adiada para janeiro de 2021.
A redução orçamentária que atinge o Ministério da Educação está colocando em xeque o funcionamento do ensino superior público.
Em 11 anos, orçamento do MEC para as universidades federais caiu 37%, se considerada a correção da inflação. A queda ocorre nas despesas discricionárias, que excluem o pagamento de salários e aposentadorias.
O vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Rocha, afirmou que “não dá para manter” o funcionamento com o orçamento destinado à instituição. Já o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus David, afirmou em entrevista em abril que “a ciência e a tecnologia acabaram”. A Universidade de Brasília (UnB) informou que o caixa de recursos para investimentos em 2021 está zerado e que só há recursos de custeio, que são as despesas obrigatórias.