Itiruçu Online – Aqui Bahia Jornalismo de Qualidade e Responsabilidade Social

Chuvas matam 4 pessoas e causam estragos na Bahia; 20 cidades declaram emergência

As fortes chuvas que atingem diversos municípios baianos, especialmente no Extremo Sul e no Norte do estado, nos últimos dias, deixaram quatro mortos e um prejuízo que ainda está sendo calculado. Nesta segunda-feira (10), a Defesa Civil do Estado (Sudec) informou ao Correio um saldo parcial das chuvas, que fez com que 20 municípios tenham decretado estado de emergência – um deles, inclusive, pediu auxílio ao governo federal para contornar a situação.

Em Coaraci, também no Sul do estado, três jovens morreram após o carro em quem eles estavam ser arrastado por uma enxurrada, na segunda-feira (3). Os corpos foram encontrados na manhã seguinte. Segundo o superintendente da Sudec, Paulo Sérgio Menezes, “ao decretar estado de emergência, o município pode fazer contratações emergenciais com dispensa de licitação”. Isso acontece para ajudar os afetados pelos desastres, a exemplo de aluguel social para as famílias que ficaram desabrigadas, doação de cestas básicas, cobertores, e colchões, além de outros materiais para apoiar os desalojados.

Situação
Até esta segunda, os municípios em situação de emergência são: Camacan (vendaval), Coaraci (onde os três jovens não identificados morreram), Dário Meira (inundação pela cheia do rio), Entre Rios (enxurrada), Ibicaraí (enxurradas e famílias desabrigadas), Itamaraju (cheia do rio Jucuruçu), Iuiú (chuva de 180 mm apenas em um dia e danos em estradas), Jacobina (130 mm em um dia, danos em casas e comércio), Jucuruçu (estradas e pontes caíram).

Também estão em emergência Mairi (famílias desalojadas e enxurradas), Malhada (estradas destruídas e produção de leite sem possibilidade escoamento), Manoel Vitorino (casas destruídas e estradas danificadas), Milagres (70mm de chuva em meia hora, calçamento danificado, estradas destruídas), Mucuri (alagamentos), Nova Canaã (destruição de pontes e bueiros), Nova Viçosa (desalojados e alagamentos), Tanhaçu (ponte destruída, casas e estradas danificadas), Teofilândia (famílias desalojadas) e Itabela (vendaval e casas destelhadas).

A 20ª cidade que está em situação emergencial é Macarani, onde foi registrada a quarta morte. Uma pessoa não identificada foi sugada para dentro de um bueiro. A cidade também está com parte do calçamento destruído após a passagem das águas.

Menezes também explicou que, após receber os chamados das prefeituras dos locais mais afetados pelas chuvas, o Estado tem providenciado o envio de máquinas para recuperação de estradas e pontes.

Ajuda federal
Na lista de municípios em estado de emergência, Milagres pediu, nessa segunda (10) ajuda ao Governo Federal e Ibicaraí tem previsão de solicitar o apoio a Brasília na quinta (13), em razão da necessidade imediata de reconstrução de casa e pontes, além dos reparos nos calçamento.

Ainda segundo a Defesa Civil estadual, todos os municípios baianos, em especial os localizados no Extremo Sul e no Norte, onde as chuvas ainda preocupam nesta semana, têm recebido alertas para que as famílias saiam das áreas de riscos.

 

“Inclusive, nessa segunda, a cidade de Nova Viçosa era uma das que mais preocupava a Sudec. Os municípios de Chorrochó e Macururé também receberam aviso de alerta de chuva forte e vão ficar sob monitoramento do órgão estadual”, explicou Menezes.

 

Ventania
As fortes chuvas, associadas a ventos de maior intensidade, também causaram falta de energia em quatro municípios baianos desde o último sábado (8).

 

Por meio de nota, a Coelba afirmou que foram afetadas as cidades de Santa Luzia, Arataca, Pau Brasil e Mascote, na região Sul. Cerca de 450 homens atuaram ao longo desta segunda-feira (10) em uma força-tarefa para a reconstrução da rede elétrica e o restabelecimento do serviço.

 

Quatro equipes da Sudec também estão divididas nas localidades mais afetadas, apoiando os municípios e ajudando na reconstrução de pontes, asfalto e casas prejudicadas pelas chuvas. O órgão estatal atua em plantão de 24 horas após os casos de ventania e chuvas.

 

Um dos casos que mais chamou a atenção aconteceu em Porto Seguro, no Extremo Sul, se repetindo também em Eunápolis, que fica a pouco mais de 60 km de distância. Uma espécie de “tornado” foi flagrado por populares destelhando casas e danificando estabelecimentos comerciais.

 

As imagens foram parar na internet e, segundo o superintendente da Sudec, o fenômeno é, na verdade, um vendaval.

 

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os ventos na região Sul superaram 50 km por hora. De acordo com o órgão, a maioria das tempestades são acompanhadas por ventos de alta velocidade e os vendavais são caracterizados por pouca chuva, ocorrendo quando as áreas de alta pressão e as de baixa pressão de ar se encontram. Quando os fenômenos acontecem, os ventos ficam entre 35 km/h e 70 km/h.

 

Por causa dos fortes ventos, o Aeroporto de Porto Seguro precisou interromper as atividades e até essa segunda (10) alguns voos precisaram ser cancelados. Por meio de nota, a prefeitura afirmou que está monitorando os locais de risco e equipes de todas as secretarias municipais, além da Defesa Civil da cidade, estão trabalhando em ações emergenciais.

 

“Já foram entregues colchões e mantimentos às famílias que foram abrigadas por terem suas casas comprometidas. Outras ocorrências como quedas de árvores e rompimento da rede elétrica já foram solucionadas”, informou a Prefeitura de Porto Seguro.

 

Em Eunápolis, no último sábado (8), um vendaval arrancou o telhado de um supermercado. De acordo com a Defesa Civil do município, o estabelecimento fica localizado no bairro de Pequi e não houve feridos. Outro local atingido pelos fortes ventos foi a Associação de Deficientes Físicos da cidade, no bairro Diná Goés, que acabou sendo destelhada. Também não houve feridos.

 

Outras cidades baianas sofreram danos por causa das fortes chuvas e dos vendavais e estão sob monitoramento da Sudec. Segundo o órgão, todos os prejuízos só vão poder ser contabilizados nesta sexta-feira (14), em razão de as chuvas persistirem em algumas localidades. Por Ozildo Alves.