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Sem Vacina do Dória, Brasil estaria na 62ª posição no ranking da vacina. Atualmente país é o 40º

O Brasil ocupa a 40ª posição na rapidez da vacinação, caso comparado com outros países do mundo. É o que mostra o Levantamento divulgado neste sábado, 6, por Thomas Conti, professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e do IDP-SP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa). O professor, que integra o grupo de pesquisadores da Rede Análise Covid-19, fez o cálculo de doses aplicadas da vacina em relação ao tamanho da população. Até 5ª feira (4.mar.2021), haviam sido aplicadas 4,6 doses a cada 100 habitantes no Brasil. Se não tivéssemos a Coronavac, seriam 0,9 doses a cada 100 habitantes, o que colocaria o Brasil na 62ª posição do ranking.

Até agora foram aplicadas ao menos 10 milhões de doses de vacinas no Brasil. Desse número, foram 7,6 milhões de aplicações da 1ª dose e 2,4 milhões de aplicações da 2ª dose. O levantamento considera todas as doses aplicadas, não importando se a 1ª ou a 2ª doses. A maioria das vacinas funciona completamente depois da aplicação de 2 doses. O ranking foi feito considerando países com mais de 500 mil habitantes. Conti avalia que a predominância da CoronaVac fragiliza o processo de imunização no Brasil: “Podemos dizer que hoje a vacinação brasileira depende da CoronaVac. Nas duas próximas semanas, devemos vacinar só com ela”, acrescenta o professor.

Isso porque se esgotaram as doses importadas da vacina de Oxford. O governo federal aguarda a 1ª remessa da vacina produzida no Brasil, pela Fundação Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A entrega do 1º lote estava programada para fevereiro, mas foi adiada para este mês por causa do atraso na importação de insumos. Conti pondera que o Brasil deve se manter atrás no ranking mundial por alguns meses: “pelo menos até abril, quando a Fiocruz começar a ter um volume maior de produção. O Instituto Butantan está fazendo um trabalho excelente. Mas não consegue, sozinho, produzir na velocidade que precisamos”, declara o professor.

Conti considera positiva a tentativa do Ministério da Saúde de obter doses de outras vacinas. “É uma pena que o governo não tenha feito isso vários meses atrás”, acrescenta. Conti também é a favor que Estados e municípios comprem diretamente doses da vacina. O Congresso, inclusive, já aprovou a possibilidade. O projeto de lei aguarda sanção presidencial. Atarde*