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Mortes por novo coronavírus sobem para 57 no Brasil com 2.433 casos

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira, 25, que o Brasil já tem 57 mortes causadas pelo novo coronavírus. De acordo com a pasta, são 2.433 pessoas infectadas. Até ontem, eram 46 mortos e 2.201 casos confirmados, o que mostra um aumento de 24% de óbitos e de 10% de casos oficiais de um dia para o outro. A letalidade é de 2,4%. Em coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que a pasta irá se reunir para fazer um balanço dos últimos 30 dias da doença no Brasil, por região e cidade, desde o primeiro caso confirmado no País. Segundo ele, o ritmo de crescimento da doença tem sido aproximadamente igual nos últimos dias.

Mandetta chamou atenção para a região Sudeste, onde há, segundo ele, uma maior concentração de pessoas por metro quadrado, “um dos fatores que nos leva preocupar muito com essa região”. “Quando fizermos testes rápidos, esse número de confirmados vai aumentar muito, vai lá pra cima, e o número de óbitos sempre vai ser absoluto. A letalidade vai ficar menor que 2,4%”, disse o ministro.

Tratamento para novo coronavírus

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Denizar Vianna, também afirmou que estão em curso estudos com medicamentos que possam ser usados para tratar a covid-19. Segundo ele, o Ministério da Saúde elaborou um protocolo para uso da cloroquina por pessoas com quadro grave da doença e que estão internadas devido a complicações. O protocolo é de curto prazo, para ser usado por cinco dias em ambiente hospitalar, sob controle dos profissionais da saúde, o que permite menor toxicidade, disse.

“Não use esse medicamento fora do ambiente hospitalar, tem de ser feito em condições de segurança porque, durante o uso, (o remédio) pode ter alterações no ritmo do coração”, alertou Vianna. Ele afirmou que o Brasil pode produzir o remédio em larga escala e que amanhã serão enviados 3,4 milhões de unidades do medicamento para os Estados. Mandetta ponderou que, embora os estudos sobre os efeitos da droga em pacientes com covid-19 sejam frágeis, na prática o ministério “está deixando (o medicamento) no arsenal, a mão do profissional médico. Se ele entender que o paciente grave pode se beneficiar, vamos deixar ao alcance dele”.

Repercussões

Na manhã desta quarta-feira, Mandetta esteve no Palácio do Planalto e participou de reunião com Bolsonaro, ministros e governadores do Sudeste, horas após o presidente afirmar que cobraria do Ministério da Saúde regras mais brandas sobre isolamento contra a covid-19, que se restringiriam apenas a grupos de risco – idosos e pessoas com doenças crônicas.

Mais tarde, durante a coletiva de imprensa da pasta, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, disse que testes estão sendo ampliados para avaliar a necessidade de transição de estratégias. Na terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez pronunciamento em rede nacional, voltou a falar em “histeria” em torno da pandemia do novo coronavírus e criticou o fechamento de escolas, entre outras medidas de isolamento adotadas por governos e municípios.

A fala do presidente, que foi alvo de panelaço em ao menos 10 grandes cidades do país, repercutiu negativamente no meio médico e científico. Entidades divulgaram notas rebatendo o pronunciamento e reforçando a necessidade de distanciamento social para conter a pandemia.