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Itiruçu: vereadores querem aberturas de Igrejas como serviços essenciais

Foto/Blog Itiruçu Online.

No pior momento da pandemia na Bahia, os vereadores de Itiruçu irão discutir um projeto de Lei que torna as igrejas serviços essenciais.

No momento, diversas cidades do estado adotaram o lockdown para frear o contágio desordenado e não agravar ainda mais a situação nos hospitais. Lembrando que o hospital que atende o município de Itiruçu é o Prado Valadares, em Jequié, que diversas vezes atingiu 100% os leitos de UTI.  Na Bahia circula cepas diferentes do novo coronavírus.

O coronavírus tem dividido a opinião nas igrejas. Enquanto o bispo Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, diz que a Covid-19 “representa um apavoramento que não condiz com a realidade”, o arcebispo de São Paulo, dom Odílo Scherer, afirma que o “desprezo sobre a ciência é grande e pode provocar consequências desastrosas”.

Templos fechados

Essa discussão tem levado a um impasse religioso: as igrejas devem permanecer fechadas na pandemia de coronavírus?

Os evangélicos acham que não. Já os católicos recomendam que as missas sejam transmitidas pela Internet. Fechar os templos parece ser a decisão acertada, nos piores momentos da pandemia . Afinal, a aglomeração de pessoas nos cultos pode ser fatal, por trata-se de locais fechados. Caso contrário, permitida a abertura, é preciso seguir a risca os protocolos de saúde.

Em Itiruçu já houve contaminações com prejuízos à saúde das pessoas. Famílias sendo contagiadas em festas de aniversários, almoço de família. Por outro lado, liberar os templos e proibir bares, atividades desportivas, retornos às aulas e academias, com discursos de espiritualidade, é servir os interesses de outros que não do coletivo, onde todos sofrem com medidas restritivas: aliviar para uma classe e endurecer para outros é negligenciar para todos.

O discurso de espiritualidade depende da Igreja e não do templo, afinal, como ficará a espiritualidade dos não frequentadores das igrejas com as medidas endurecidas apenas para ele? Podem assistir templos lotados e muitas vezes sem cumprir normas de saúde?

Se o vírus fosse uma unanimidade tratado como caso de saúde pública, onde todos tivessem os cuidados como forma de evitar o contágio, mas, no entanto, as igrejas mais populares que possuem programações na TV, seus líderes por diversas vezes encaparam campanhas em redes sociais contra medidas simples de saúde e o enaltecimento de políticos, onde mora o perigo com as orientações sanitárias; o que não foi visto ainda em Itiruçu.

Por outro lado, liberar atividades das igrejas na condição de essenciais – e são – em cidade como Itiruçu, não há outras atividades que cause aglomerações e também podem funcionar com o uso de máscara e álcool em gel, basta a Câmara cobrar do município uma equipe que fiscalize diariamente os desrespeitos às medidas de saúde.

Como funcionou antes

Os templos estavam organizados a abertura com número limitados de pessoas, que nem sempre foi observado. Durante esta vigência, observamos que nem todas as medidas foram observadas e foi possível ver aglomerações e pessoas sem o uso de Máscara. O cuidado com a saúde não é uma questão ideológica de espiritualidade, mas trata-se de questão coletiva que inclui todas as crenças. O funcionamento condicionado a 30% da capacidade, seguindo as normas de saúde é o ideal, embora, sem fiscalização não funciona.

O que é essencial?

Difícil discutir o que é essencial na vida do outro, pois o que pode ser bom para um, não é para o outro. Ninguém pode impor, mas educar no que é essencial numa pandemia onde todos os sistemas de saúde estão colapsados, de privado a público. Resta saber, se neste caso, os que querem ajudar uma classe irão ajudá-los quando necessitarem de internamentos ou, nesse sentido, o momento é de união entre 15 ou 30 dias ouvindo a ciência é uma luta coletiva. A escolha é simples, e as consequências apontarão os culpados?

Se todos seguirem os cuidados com à saúde e conviveram de forma educada com o vírus, todos os serviços em cidades do porte de Itiruçu são essenciais, principalmente o comércio que já sofre com a falta de clientes no cotidiano.