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Autismo e medicamentos: quando é necessário

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O transtorno do espectro autista (TEA) ainda gera muitas dúvidas em pais e educadores. E uma das coisas que deixam familiares preocupados é sobre o uso de medicações. Outros ainda se perguntam sobre o porquê de casos de TEA terem o mesmo diagnóstico, porém com tratamentos tão diferentes.

Segundo o neuropediatra Dr. Clay Brites, da Neuro Saber, diz que esses questionamentos são normais. Por esse motivo, ele incentiva que os responsáveis sempre busquem o máximo de informações para saber tudo o que está envolvido no autismo. O especialista cita que as principais questões levantadas no consultório pelos pais é se determinado medicamento irá fazer algum mal, se provocará modificações negativas permanentes, ainda se irá viciar ou dopar a criança e se isso irá mudar a personalidade.

– É fundamental que os responsáveis entendam que cada caso possui sua particularidade. Por exemplo, alguns com TEA não precisam de medicação. Já outros, sim – relata Brites, que realizará curso gratuito dos dias 6 a 12 de junho durante a Semana Entendendo o Autismo. As aulas estarão disponíveis pelo site http://www.semanaentendendoautismo.com.br/.

 O pediatra explica que é necessário compreender que o tratamento do Autismo é interdisciplinar e pode ser dividido em quatro eixos: intervenções psicossociais, intervenções desenvolvimentais, medicação e suporte educacional.  “Todos são fundamentais e variam de acordo com o perfil, tipo e intensidade dos sintomas autísticos da criança”. 

– Por exemplo, a intervenção psicossocial permite adequar o comportamento do autista ao ambiente e corrigir disfunções no seu comportamento ajustando-o com o dos ambientes diversos – diz.

Porém, a medicação, continua o profissional, é utilizada para melhorar comportamentos agressivos, estereotipais, hiperatividade, sintomas opositivos, distúrbios do sono, problemas alimentares, fobias e psicoses. Nem todas as crianças apresentam tais estereotipias. “No entanto, aqueles que apresentam essas características necessitam desse procedimento, pois serve para reduzir o excesso dessas atitudes”

Atualmente, as medicações indicadas – Risperidona e Aripiprazol – são consagradas pelas evidências científicas, pelos consensos internacionais e pelo FDA americano, similar ao nosso Ministério da Saúde. Dr. Clay Brites fala que muitos realmente questionam o porquê do seu filho ser medicado. Por isso, é tão importante que compreendam detalhadamente os motivos e os benefícios observados.

Ele conta que, normalmente, os próprios pais revelam que a qualidade de vida melhora muito após medicar a criança. Dizem geralmente que há mais contato visual e que o autista consegue ficar mais focado nas atividades diárias entre outros. “Além de estabilizar o comportamento, a medicação, quando o caso necessita, aprimora a capacidade de atenção para as intervenções do fonoaudiólogo e da Terapeuta Ocupacional”.

– Esses fatores melhoram a socialização, por exemplo, auxiliando que a família saia mais de casa para momentos de lazer e recreação. O que desejamos é permitir à criança dormir melhor e ficar mais flexível para as instabilidades das relações sociais do contexto escolar. Ou seja, ter uma vida melhor quando o transtorno impede isso – conclui.

Sobre Dr. Clay Bites

Um dos idealizadores do projeto Neuro Saber, Dr. Clay Brites é pesquisador e doutorando do Laboratório de Dificuldades e Distúrbios da Aprendizagem e Transtornos de Atenção (Disapre), da UNICAMP. Além disso, é professor do curso de pós-graduação de Neuropsicologia Aplicada à Neurologia Infantil na Unicamp e membro do Departamento de Neurologia da Sociedade Paranaense de Pediatria.

Serviço:

Semana Entendendo o Autismo

Data: dos dias 6 a 12 de junho

Aulas gratuitas pelo site http://www.semanaentendendoautismo.com.br/